Blinken defende proposta de cessar-fogo temporário em Gaza
O planejamento de um cessar-fogo temporário e o aumento do fluxo de ajuda humanitária para os civis palestinos na Faixa de Gaza foram temas centrais do encontro entre o secretário de estado americano...
O planejamento de um cessar-fogo temporário e o aumento do fluxo de ajuda humanitária para os civis palestinos na Faixa de Gaza foram temas centrais do encontro entre o secretário de estado americano Antony Blinken e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu (foto), como antecipou O Antagonista.
Blinken concedeu uma entrevista coletiva depois da reunião. Em sua declaração inicial, reiterou o apoio dos Estados Unidos a Israel, “em seu direito e obrigação de proteger o próprio povo”.
Ele fez referência a imagens perturbadoras dos ataques terroristas de 7 de outubro discutidas nesta semana no Papo Antagonista, dizendo que são “quase impossíveis de digerir”. Reafirmou, em seguida, a necessidade de combater e neutralizar o Hamas, que usa reféns e os próprios palestinos como escudos humanos.
Blinken disse, no entanto, que é preciso “fazer mais” para proteger os moradores de Gaza durante os bombardeios e ações terrestres das Forças de Defesa de Israel. “A maneira como Israel lida com a ameaça do Hamas importa”, disse. “Não ampliar as medidas de proteção aos civis aliena os palestinos e ajuda o Hamas.”
Segundo o secretário de Estado, nas últimas duas semanas o número de caminhões com suprimentos que cruzam diariamente a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito subiu de zero para mais de 100, mas isso ainda não é suficiente. “Há pessoas inocentes passando por necessidades extremas e Israel reconhece isso”, disse Blinken. “Há preocupações legítimas com o desvio de suprimentos, especialmente combustível, pelo Hamas. Mas nossos parceiros israelenses também entendem que 100 caminhões diários de ajuda humanitária não bastam.”
Um cessar-fogo temporário, afirmou o americano, seria um meio de facilitar a entrega de suprimentos, garantir que eles cheguem aos necessitados e também uma oportunidade para negociar a liberação dos mais de 240 reféns em poder do Hamas. Netanyahu, no entanto, tem dito que a liberação dos reféns é pré-requisito para uma pausa na guerra.
Num momento em que aumenta o número de escaramuças entre as FDI e o Hezbollah, na fronteira entre Israel e o Líbano, Blinken disse que conversou com Netanyahu sobre o imperativo de evitar uma escalada regional de conflitos. “Estamos determinados a garantir não haverá segundo front”, afirmou ele. “O presidente Biden disse claramente a outros atores regionais: não façam isso. Temos dois porta-aviões aqui. Derrubamos mísseis disparados do Iêmen. Vamos tomar todas as medidas nessessárias para impedir uma escalada.”
Blinken reafirmou ainda a necessidade de garantir que não haverá “retorno ao status quo anterior ao 7 de Outubro”, repetindo uma fórmula que o próprio Joe Biden já utilizou. “O Hamas não pode voltar a controlar Gaza e Israel também não pode, e não quer, assumir responsabilidade pelo território”, disse. “Acreditamos que o único caminho viável é a criação de dois estados para Israel e Palestina.”
Segundo Blinken, o Hamas representa “uma ideia perversa” que só pode ser derrotada se durante a guerra “uma visão de futuro e um caminho em que as pessoas possam acreditar” forem apresentados aos palestinos.
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