Mercado aguarda próximo truque do matemágico Haddad
A semana começa com reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Lula após o presidente indicar o abandono da meta de déficit primário zero na última sexta-feira, 28. Os dois têm...
A semana começa com reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Lula após o presidente indicar o abandono da meta de déficit primário zero na última sexta-feira, 28. Os dois têm encontro marcado para 9h da manhã de hoje para a discussão de um plano de contenção de danos.
Na sexta-feira, assim que as considerações do petista sobre a meta fiscal se tornaram públicas, o dólar e os juros futuros dispararam e a bolsa de valores despencou, com a volta de preocupações com a saúde fiscal brasileira. A meta de zerar o déficit no ano que vem foi estabelecida pelo próprio governo e, dias antes das declarações de Lula, havia um movimento para minimizar a desconfiança que os investidores vinham mostrando de que a meta poderia ser alterada.
Na quinta-feira, o relator do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), Danilo Forte (União-CE), afirmou que não havia disposição nem do Congresso Nacional nem da equipe econômica para a revisão da meta, o que fez com que os juros caíssem. Um dia depois, porém, Lula desmentiu a articulação, o que foi classificado pelo relator como “brochante”.
No X, antigo Twitter, o relator do PL dos fundos exclusivos e offshores, Pedro Paulo (PSD-RJ), também demonstrou insatisfação com a manobra do petista. “Não é conveniente para o Governo Federal abandonar a perseguição da meta zero, assim como o Congresso ter o ônus para mudar precipitadamente”, alertou.
A crise inaugurada por Lula na sexta-feira também pode afetar ainda apresentação dos nomes dos novos diretores do Banco Central, que Haddad tinha prometido para a semana passada. Agora, com os parlamentares se sentindo traídos pelo presidente, as negociações de indicações e medidas para incremento de receita vão ficar ainda mais difíceis.
No Congresso, Danilo Forte voltou a defender a alteração da meta fiscal e inclusão, no texto, de um mecanismo de proteção às emendas parlamentares contra cortes e bloqueios feitos pelo governo. De acordo com o deputado, essa proposta conta com amplo apoio dos parlamentares.
Na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), anunciou sessões deliberativas hoje e amanhã para compensar o feriado de Finados, na quinta-feira. Já no Senado, o presidente Rodrigo Pacheco prometeu agilidade na tramitação do projeto dos fundos exclusivos e offshores, enquanto a reforma tributária está prevista para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário da Casa em meados de novembro.
Na agenda econômica da semana, destaca-se a divulgação do IGP-M hoje pela manhã, além da produção industrial de outubro, o Caged de setembro e a Pnad Contínua também de setembro. Na quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a nova taxa Selic, que deve sofrer corte de 0,50 ponto percentual. A expectativa fica por conta de alguma indicação sobre a velocidade dos cortes a partir de dezembro, após a mudança na perspectiva fiscal.
Na agenda corporativo, os investidores ainda acompanham balanços de GPA, Assaí e Isa Cteep hoje e os resultados de Ambev, Petrorio, Telefônica Brasil (Vivo), Cielo, CCR, Carrefour, Raia, Auren, Kepler Weber e Marcopolo.
No exterior, a semana ainda traz importantes eventos internacionais como a reunião do FED nos Estados Unidos na quarta-feira, dia 1º de novembro. Também estão previstas as reuniões do BoE e BoJ, o balanço da Apple, o payroll de outubro e dados econômicos da China.
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