Nêumanne na Crusoé: “Lula achou o que fazer em casa?”
Na segunda-feira 23 de outubro de 2023, os presidentes do Brasil, Lula da Silva, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram, pelo telefone, em duas prioridades mundiais: “a necessidade de que cessem os bombardeios na Faixa de Gaza e a imediata libertação dos reféns”...
Na segunda-feira 23 de outubro de 2023, os presidentes do Brasil, Lula da Silva, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram, pelo telefone, em duas prioridades mundiais: “a necessidade de que cessem os bombardeios na Faixa de Gaza e a imediata libertação dos reféns”. Beleza. Meritório. Mas, sendo óbvio, há entraves na consecução de tais objetivos. O Brasil assumiu a presidência giratória do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A Rússia invadiu a Ucrânia, por atribuir a suas tropas derrubarem uma ditadura “fascista” que governa bolsões de russos. Podia se perguntar o que faria Lula para convencer o novo aliado de que fascista por fascista Putin também é. Mas ele percebeu? E como conter os ímpetos de ambos em se consagrarem como arautos da paz fazendo a guerra, como rotularam os romanos (si vis pacem para bellum)? Nada justifica a intervenção dele na decisão tomada pelo grupo terrorista Hamas (nem isso o Brasil reconhece) de praticar no inimigo ao lado os mais surpreendentes e condenáveis crimes contra a humanidade.
Este colunista ainda expõe um novo óbice: os dois já têm problemas gravíssimos a resolver em suas alçadas. No caso russo, sua condição de invasor ilegítimo de um país com população da mesma etnia. No brasileiro, a ilusão de se tornar um neo Churchill, que não se sabe se ele sabe quem foi, pode ser considerada uma ilusão patética e tirânica de que teria força e talento diplomático disponíveis para uma ação factível. O sumiço de 21 metralhadoras imprestáveis de um “arsenal de guerra” em Osasco, agravado pelo fato de que o comando só tomou conhecimento um mês depois do desaparecimento, mostra que o nada glorioso Exército nacional seria incapaz de intimidar sequer o antigo derrotado Paraguai, a não ser se fosse numa disputa de truco.
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