O papa Francisco afirmou, em entrevista divulgada no sábado, 9, pela emissora de televisão suíça RTS, que Ucrânia e Rússia deveriam negociar “antes que as coisas piorem”.
“Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar. A palavra ‘negociar’ é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar” disse o pontífice.
A declaração do papa, obviamente, foi criticada por autoridades ucranianas.
“O mais forte é aquele que, na batalha entre o bem e o mal, fica do lado do bem em vez de tentar colocá-los em pé de igualdade e chamar isso de ‘negociações’. Ao mesmo tempo, no que diz respeito à bandeira branca, conhecemos esta estratégia do Vaticano desde a primeira metade do século XX. Exorto-vos a evitar a repetição dos erros do passado e a apoiar a Ucrânia e o seu povo na sua justa luta pelas suas vidas“, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
E completou: Nossa bandeira é amarela e azul. Esta é a bandeira pela qual vivemos, morremos e prevalecemos. Jamais hastearemos quaisquer outras bandeiras.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também criticou o pontífice:
“Os assassinos e as câmaras de tortura russas não conseguem avançar para a Europa porque estão sendo retidos por ucranianos que portam armas sob a bandeira azul e amarela. Costumava haver muitas paredes brancas de casas e igrejas na Ucrânia, mas agora foram queimadas e danificadas por bombas russas. Isto diz muito sobre quem precisa parar para que a guerra termine.”
Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam: