Brasileiro se vê triste e desanimado e vê violência como maior problema, segundo o DataFolha.
É compreensível.
O brasileiro não tem boquinha em Itaipu ou Tupy para turbinar o salário, como ao menos sete ministros de Lula, que recebem mais de 70 mil reais, valor acima do teto constitucional.
O brasileiro não tem blindagem em tribunais superiores para receber suborno impunemente de empreiteiras amigas, nem pode anistiar suas próprias dívidas, como fizeram os partidos com quase 23 bilhões de reais em multas por irregularidades na prestação de contas.
O brasileiro não tem escritório de advocacia com clientes que podem ser julgados por seus cônjuges, como esposas de ministros do STF.
O brasileiro não tem Rolex recebido em missão oficial para vender no exterior e embolsar 68 mil dólares, cerca de 340 mil reais, como no caso dos trambiqueiros do bolsonarismo.
O brasileiro não pode comprar mansão de 6 milhões de reais em Brasília e, em caso de necessidade de justificar a origem de dinheiro, contar com a canetada do pai para permitir que contratos verbais sejam admitidos como fonte.
O brasileiro não tem bilhões de reais de orçamento secreto para enviar aos gestores públicos e privados da família, nem de fundo eleitoral para torrar sem fiscalização, como deputados federais e senadores.
O brasileiro não tem motorista, seguranças aramados e carro blindado oficial para transitar seguro pelas ruas violentas do país, nem avião da FAB ou presidencial, muito menos com cama de casal de luxo ao custo de 80 milhões de dólares, para viajar pelo mundo com muito tempo para tuitar, como comentou a primeira-dama Janja, enquanto gaúchos morriam durante passagem de ciclone extratropical.
O brasileiro, triste, desanimado e roubado, mas sobrevivente, precisa trabalhar – e muito! – para sustentar todo esse luxo do sistema, ou se contentar com as migalhas distribuídas em busca de votos que renovem as mordomias de seus integrantes.
A pergunta é: por que, então, o brasileiro ainda briga por políticos como Lula, Bolsonaro e seus comparsas no Congresso, se eles nunca brigam pelo brasileiro, mas, sim, animadamente, para manter e turbinar os próprios privilégios?
Confira o comentário de abertura Felipe Moura Brasil no Papo Antagonista desta sexta-feira (15):