Você sabe por que a ministra Sonia Guajajara foi apelidada de Sonia Viajajara?
E quem paga por tudo isso, como sempre, é você.

A Janja está fazendo escola. E, perto da Janja, o que são as viagens da Sonia Guajajara? Porque, pense bem: a Sonia Guajajara pode até ser questionada. Você pode achar que não faz sentido ela sair do Brasil pra falar de povo indígena, que tem indígena o suficiente por aqui precisando de ajuda. Pode achar que não precisa ir pra França, pro Vaticano, pra Dubai, enfim, não precisa procurar indígena no exterior porque já tem o suficiente no Brasil. Mas ela, pelo menos, é ministra. Tem cargo. Tem função no governo.
Já a Janja não tem nem cargo. E as viagens dela nós também pagamos.
Vem o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e diz que a Janja é como a Darcy Vargas, mulher de Getúlio Vargas. E a gente acaba tendo de concordar. Porque por que ninguém reclamava das viagens da Darcy Vargas? Porque o marido dela era ditador. Tinha fechado o Congresso. Ninguém reclamava porque ninguém podia reclamar. Paulo Gonet comparou com Darcy, mas talvez tenha dito mais do que gostaria. Vivemos um regime como o daquela época? O Procurador-Geral da República que responda.
No caso da Sonia Guajajara, a quantidade de viagens é tanta que no próprio ministério já apelidaram: Sonia Viajajara. Está em todo lugar. Congresso disso, conferência daquilo, evento com ativista europeu. Quase nunca falando de povos indígenas. Normalmente está discutindo clima, aquecimento global, e qualquer outra pauta que renda palanque internacional.
Cai por terra aquele discurso clássico da esquerda, aquele de que, pra resolver um problema, basta criar um ministério. Basta nomear alguém da minoria em questão. Entregaram o ministério para uma mulher indígena. E o que melhorou?
A situação dos yanomamis, que foi usada como vitrine nos primeiros dias do governo, não só não melhorou como piorou. Dois anos depois, a própria ministra admite que os indicadores sociais estão piores. A doença aumentou. A fome aumentou. A crise humanitária se agravou. Mas ela continua viajando.
A promessa era cuidar dos povos indígena. A prática foi fazer carreira internacional. O ministério virou uma plataforma de imagem. Serve pra fazer discurso em evento global. Serve pra fazer reunião com o Papa. Serve até pra opinar sobre eleição legislativa na França. Mas não serve pra resolver nada aqui.
É por isso que tanta gente tem começado a questionar essa lógica. Ministério não resolve nada sozinho. Cargo não transforma realidade. A ideia de que criar um ministério automaticamente resolve a vida de um grupo é uma fantasia.
No caso do Ministério dos Povos Indígenas, a montanha pariu um rato. Foi entregue ao glorioso PSOL, sempre tão eficaz em administração pública. E o resultado é que nunca os yanomamis estiveram numa situação tão crítica.
Mas a ministra segue firme. Com status internacional. E com o passaporte carimbado.
Sonia Guajajara virou Sonia Viajajara.
E quem paga por tudo isso, como sempre, é você.
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