16.05.2020
ENTREVISTA: Vice-presidente do Instituto Sabin diz que “imunidade do rebanho” sem vacina pode matar 1 milhão de brasileiros
Em entrevista exclusiva a O Antagonista, a infectologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, derruba a tese da "imunidade do rebanho" sem vacina, incentivada por Jair Bolsonaro e seus assessores. E também descarta o uso da hidroxicloroquina.
"É uma falácia e muito perigosa. Não temos uma vacina, então essa imunidade teria que ser conseguida com as pessoas se infectando."...
Em entrevista exclusiva a O Antagonista, a infectologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, derruba a tese da “imunidade do rebanho” sem vacina, incentivada por Jair Bolsonaro e seus assessores. E também descarta o uso da hidroxicloroquina.
“É uma falácia e muito perigosa. Não temos uma vacina, então essa imunidade teria que ser conseguida com as pessoas se infectando.” No caso da Covid-19, seria necessária a contaminação de 70% a 90%. “Estamos falando de, no mínimo, 147 milhões de brasileiros.”
Segundo ela, considerando uma taxa de mortalidade conservadora, de 0,5% a 0,7%, teríamos ao final do processo cerca de “1 milhão de mortos” – um genocídio.
Garret, que acompanha nos EUA os estudos referentes a tratamentos para a Covid-19, também descarta o uso da hidroxicloroquina. “Já temos três estudos sérios concluídos. Nenhum mostrou eficácia da hidroxicloroquina. Um tivemos que parar porque houve um número maior de óbitos.”
A infectologista explica ainda que a pesquisa sobre infectados em Nova York, divulgada pelo governador Andrew Cuomo, foi manipulada no Brasil.
Constatou-se, sim, que 64% das pessoas contaminadas pelo coronavírus estavam em isolamento domiciliar. “Não foi mostrado que, a grande maioria, era de idosos que moravam com pessoas que não estavam se isolando.”
Assista à íntegra da entrevista: