Diretor do Butantan defende eficácia da Coronavac e descarta terceira dose
O diretor de estudos clínicos do Butantan, Ricardo Palacios, defendeu nesta segunda (12), no Papo Antagonista, a eficácia da Coronavac. No domingo, o instituto enviou os resultados dos testes de fase III da vacina para publicação em revista científica...
O diretor de estudos clínicos do Butantan, Ricardo Palacios, defendeu nesta segunda (12), no Papo Antagonista, a eficácia da Coronavac. No domingo (11), o instituto enviou os resultados dos testes de fase III da vacina para publicação em revista científica.
Segundo o estudo, que ainda será avaliado por cientistas independentes, a eficácia da Coronavac em impedir sintomas de Covid foi de 50,7%.
Nos participantes que receberam a 2ª dose menos de 21 dias após a primeira, a eficácia foi de 49,1%, contra 62,3% na “pequena porção” de participantes que receberam a 2ª dose após um intervalo de 21 dias ou mais.
Palácios descartou a aplicação de uma 3ª dose, mas falou da possibilidade de uma dose de reforço anual. “As pessoas podem ficar tranquilas, a estimativa é de duas doses, [mas] uma dose de reforço anual é possível”, como acontece com vacinas para outras doenças, com a gripe. Essa necessidade de doses adicionais em pessoas já vacinadas ainda está em estudo.
O diretor também foi questionado sobre o seguinte: sem os participantes que receberam a 2ª dose com intervalo maior, a vacina teria atingido o limiar de 50% de eficácia?
“Essas são questões que na prática têm pouca significância do ponto de vista estatístico. A diferença, o número mágico de 50%, se você vê no artigo, a gente pode ver também que se utilizarmos outros definições de caso, que se fossem utilizadas por outros produtores, definições de casos mais restritivas, a nossa foi muito abrangente, a gente poderia ter publicado 54% como eficácia. Mas a gente se compromete no protocolo de pequisa em colocar a regra do jogo com antecedência, e a gente cumpre com essa regra do jogo”, disse o pesquisador.
“Eu acho que esse tipo de exercício [hipotético] não é muito valioso”, acrescentou.
Em 23 de dezembro, o diretor do Butantan, Dimas Covas, adiou a divulgação dos dados de eficácia da Coronavac, alegando que a Sinovac havia pedido unificação dos dados dos ensaios em diferentes países. No dia seguinte, pesquisadores da Turquia anunciaram uma eficácia de 91%.
Em 7 de janeiro, o governador João Doria disse em coletiva de imprensa que a eficácia da Coronavac seria de 78%. Cinco dias depois, coube a Ricardo Palacios informar que a eficácia real no ensaio clínico tinha sido de 50,38%, número agora revisado para 50,7% no estudo enviado para revista científica.
Assista à entrevista completa com Ricardo Palacios ao Papo Antagonista:
Diretor do Butantan defende eficácia da Coronavac e descarta terceira dose
O diretor de estudos clínicos do Butantan, Ricardo Palacios, defendeu nesta segunda (12), no Papo Antagonista, a eficácia da Coronavac. No domingo, o instituto enviou os resultados dos testes de fase III da vacina para publicação em revista científica...
O diretor de estudos clínicos do Butantan, Ricardo Palacios, defendeu nesta segunda (12), no Papo Antagonista, a eficácia da Coronavac. No domingo (11), o instituto enviou os resultados dos testes de fase III da vacina para publicação em revista científica.
Segundo o estudo, que ainda será avaliado por cientistas independentes, a eficácia da Coronavac em impedir sintomas de Covid foi de 50,7%.
Nos participantes que receberam a 2ª dose menos de 21 dias após a primeira, a eficácia foi de 49,1%, contra 62,3% na “pequena porção” de participantes que receberam a 2ª dose após um intervalo de 21 dias ou mais.
Palácios descartou a aplicação de uma 3ª dose, mas falou da possibilidade de uma dose de reforço anual. “As pessoas podem ficar tranquilas, a estimativa é de duas doses, [mas] uma dose de reforço anual é possível”, como acontece com vacinas para outras doenças, com a gripe. Essa necessidade de doses adicionais em pessoas já vacinadas ainda está em estudo.
O diretor também foi questionado sobre o seguinte: sem os participantes que receberam a 2ª dose com intervalo maior, a vacina teria atingido o limiar de 50% de eficácia?
“Essas são questões que na prática têm pouca significância do ponto de vista estatístico. A diferença, o número mágico de 50%, se você vê no artigo, a gente pode ver também que se utilizarmos outros definições de caso, que se fossem utilizadas por outros produtores, definições de casos mais restritivas, a nossa foi muito abrangente, a gente poderia ter publicado 54% como eficácia. Mas a gente se compromete no protocolo de pequisa em colocar a regra do jogo com antecedência, e a gente cumpre com essa regra do jogo”, disse o pesquisador.
“Eu acho que esse tipo de exercício [hipotético] não é muito valioso”, acrescentou.
Em 23 de dezembro, o diretor do Butantan, Dimas Covas, adiou a divulgação dos dados de eficácia da Coronavac, alegando que a Sinovac havia pedido unificação dos dados dos ensaios em diferentes países. No dia seguinte, pesquisadores da Turquia anunciaram uma eficácia de 91%.
Em 7 de janeiro, o governador João Doria disse em coletiva de imprensa que a eficácia da Coronavac seria de 78%. Cinco dias depois, coube a Ricardo Palacios informar que a eficácia real no ensaio clínico tinha sido de 50,38%, número agora revisado para 50,7% no estudo enviado para revista científica.
Assista à entrevista completa com Ricardo Palacios ao Papo Antagonista: