Caso Marielle escancara a dura verdade que o brasileiro não quer ver
Eleitor tem agido cada vez mais como se a bandidagem estivesse só do lado oposto, mas caso Marielle provou que crime não tem cor partidária
A solução do caso Marielle traz uma verdade que o brasileiro prefere ignorar: bandidagem não tem cor partidária.
O eleitor brasileiro tem agido cada vez mais como se a bandidagem estivesse só do lado oposto. Os mandantes do assassinato estão aí para provar que não, a bandidagem estará onde quer que encontre espaço para atuar.
Quem é de direita sabe muito bem apontar a bandidagem da esquerda, mas desconversa quando se depara com um fato do tipo vindo da direita. Da mesma forma, quem é de esquerda vê muito bem a bandidagem da direita, mas desconversa na hora em que se depara com algo do gênero no próprio grupo.
Qual o efeito da cegueira deliberada exposta pelo caso Marielle? O apodrecimento moral de ambos os grupos. É nessa brecha que acabam infectados primeiro por corruptos e depois até pelo crime organizado.
Criminosos fazem o discurso político necessário para ter espaço, não se importam com ideias. Vão fazer tudo para ganhar poder e se infiltrar na política. Os nossos políticos poderiam dar uma ajudinha e ter pelo menos um limite, o envolvimento com crime organizado.
Não fazem e também não têm incentivo para fazer. O eleitor, no fim das contas, premia esse comportamento.
Imagine que você é bolsonarista. Quem cobra o ex-presidente pela proximidade com membros da milícia carioca, alguns condecorados por ele até dentro da cadeia, é só o pessoal da esquerda. Ele já não tem esse voto, nunca vai ter, é demonizado pelos esquerdistas. Por que cortaria essas relações que, de alguma forma são úteis? Talvez por pressão dos próprios eleitores, mas eles não fazem isso.
Imagine agora que você é lulista. O presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, apoiou os irmãos Brazão durante toda a investigação e mesmo depois do resultado ainda diz que precisa de “provas”. Quem cobra que Lula e o PT se posicionem sobre Quaquá é só bolsonarista e antipetista. Nem o presidente nem o partido jamais terão esses votos, por que tomar uma atitude? Talvez se os próprios petistas demandassem, isso aconteceria. Mas eles não vão fazer isso.
O delegado Rivaldo Barbosa, outro mandante do assassinato, é um símbolo disso. A esquerda confiava nele porque temia Moro e Bolsonaro no caso Marielle. Agora que foi revelada a participação, tentam jogar para o colo de Braga Netto, que o nomeou para a função. Ocorre que as duas coisas são verdade, sem acesso aos dois grupos políticos, ele não teria conseguido fazer o que fez, seria impossível.
O sistema político adquiriu a lógica de premiar os piores, já que jogam fora das regras e não obedecem nenhum limite. Ganham dos que têm respeito por alguma coisa. O eleitor diz que só pode fazer a opção pelo menos pior, mas continua ajudando as coisas piorarem com um silêncio cúmplice sobre as próprias escolhas. Nesse cenário de derrocada moral, exposto pelo caso Marielle, quem sai ganhando é o crime organizado.
Caso Marielle escancara a dura verdade que o brasileiro não quer ver
Eleitor tem agido cada vez mais como se a bandidagem estivesse só do lado oposto, mas caso Marielle provou que crime não tem cor partidária
A solução do caso Marielle traz uma verdade que o brasileiro prefere ignorar: bandidagem não tem cor partidária.
O eleitor brasileiro tem agido cada vez mais como se a bandidagem estivesse só do lado oposto. Os mandantes do assassinato estão aí para provar que não, a bandidagem estará onde quer que encontre espaço para atuar.
Quem é de direita sabe muito bem apontar a bandidagem da esquerda, mas desconversa quando se depara com um fato do tipo vindo da direita. Da mesma forma, quem é de esquerda vê muito bem a bandidagem da direita, mas desconversa na hora em que se depara com algo do gênero no próprio grupo.
Qual o efeito da cegueira deliberada exposta pelo caso Marielle? O apodrecimento moral de ambos os grupos. É nessa brecha que acabam infectados primeiro por corruptos e depois até pelo crime organizado.
Criminosos fazem o discurso político necessário para ter espaço, não se importam com ideias. Vão fazer tudo para ganhar poder e se infiltrar na política. Os nossos políticos poderiam dar uma ajudinha e ter pelo menos um limite, o envolvimento com crime organizado.
Não fazem e também não têm incentivo para fazer. O eleitor, no fim das contas, premia esse comportamento.
Imagine que você é bolsonarista. Quem cobra o ex-presidente pela proximidade com membros da milícia carioca, alguns condecorados por ele até dentro da cadeia, é só o pessoal da esquerda. Ele já não tem esse voto, nunca vai ter, é demonizado pelos esquerdistas. Por que cortaria essas relações que, de alguma forma são úteis? Talvez por pressão dos próprios eleitores, mas eles não fazem isso.
Imagine agora que você é lulista. O presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, apoiou os irmãos Brazão durante toda a investigação e mesmo depois do resultado ainda diz que precisa de “provas”. Quem cobra que Lula e o PT se posicionem sobre Quaquá é só bolsonarista e antipetista. Nem o presidente nem o partido jamais terão esses votos, por que tomar uma atitude? Talvez se os próprios petistas demandassem, isso aconteceria. Mas eles não vão fazer isso.
O delegado Rivaldo Barbosa, outro mandante do assassinato, é um símbolo disso. A esquerda confiava nele porque temia Moro e Bolsonaro no caso Marielle. Agora que foi revelada a participação, tentam jogar para o colo de Braga Netto, que o nomeou para a função. Ocorre que as duas coisas são verdade, sem acesso aos dois grupos políticos, ele não teria conseguido fazer o que fez, seria impossível.
O sistema político adquiriu a lógica de premiar os piores, já que jogam fora das regras e não obedecem nenhum limite. Ganham dos que têm respeito por alguma coisa. O eleitor diz que só pode fazer a opção pelo menos pior, mas continua ajudando as coisas piorarem com um silêncio cúmplice sobre as próprias escolhas. Nesse cenário de derrocada moral, exposto pelo caso Marielle, quem sai ganhando é o crime organizado.