Diego Amorim nos conta, também em vídeo (veja abaixo), o que podemos esperar desta semana, em cinco pontos:
1) Continuaremos acompanhando a situação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no governo de Jair Bolsonaro.
Ontem, em entrevista ao Fantástico, Mandetta cobrou “uma fala unificada” em relação às medidas de isolamento.
“Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva o brasileiro a uma dubiedade. Ele não sabe se ele escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente, quem ele escuta”, afirmou.
Após a entrevista, deputados da ala bolsonarista do PSL começaram a pedir, de novo, a cabeça do ministro.
Mais cedo, em live com líderes religiosos, Bolsonaro havia dito que o novo coronavírus está “indo embora” do Brasil, enquanto o desemprego “está chegando”.
“É o que eu tenho dito desde o começo, há 40 dias. Temos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego. Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus, mas está chegando e batendo forte a questão do desemprego.”
2) Hoje, segunda-feira, o Senado se reunirá em nova sessão virtual para votar a chamada PEC do Orçamento de Guerra.
Os líderes do Senado decidiram que será a única proposta de mudança da Constituição que será apreciada durante a pandemia. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados.
Em uma videoconferência com um grupo de senadores na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a aprovação da PEC. Segundo ele, 70% do texto foi construído pela equipe econômica.
O ponto de divergência está justamente nos 30% restantes, capitaneados por Rodrigo Maia e que aumentam os poderes do Banco Central, permitindo à autoridade monetária a compra direta das carteiras de crédito e títulos de empresas.
3) Na Câmara, Rodrigo Maia continuará tentando acordo para votar um texto alternativo ao chamado Plano Mansueto, prevendo medidas de curto prazo para socorrer estados e municípios em meio à crise do novo coronavírus.
Na semana passada, o presidente da Câmara tentou, mais de uma vez, colocar em votação a proposta, sobre a qual ainda não há consenso entre as principais lideranças da Casa.
O texto prevê, por exemplo, que a União irá recompor o ICMS dos estados e autoriza municípios a tomarem novos empréstimos, com o aval da União, da ordem de R$ 50 bilhões.
O relator da proposta é o deputado Pedro Paulo, do DEM do Rio de Janeiro.
A Câmara também poderá votar nesta semana a Medida Provisória do Contrato Verde e Amarelo, que provoca mudanças nas relações trabalhistas, incentivando, por exemplo, a contratação de pessoas entre 18 a 29 anos.
4) A semana será importante no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na quarta-feira, os ministros vão se reunir por videoconferência para decidir se referendam ou derrubam decisões de Marco Aurélio Mello relacionadas à epidemia do novo coronavírus.
Entre elas, está decisão liminar que permitiu a estados e municípios decretarem medidas restritivas na locomoção de pessoas e veículos para frear o contágio.
Em outro processo, Marco Aurélio manteve a vigência da Medida Provisória trabalhista editada pelo governo para evitar demissões nas empresas que tiveram atividades reduzidas.
Na quinta-feira, o STF julgará a liminar de Ricardo Lewandowski que permitiu a sindicatos barrarem acordos entre empresa e empregado para suspender contratos de trabalho ou reduzir a jornada durante a pandemia.
5) De resto, continuaremos noticiando sobre o novo coronavírus no Brasil e no mundo: os dados de casos e mortes, as medidas anunciadas pelo Executivo e a reação dos mercados.
Os dados mais atualizados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil registrou, até aqui, 1.223 mortes por Covid-19.
No total, são 22.169 casos no país. A taxa de mortalidade é de 5,5%.
Bom dia e boa semana.
Assista ao vídeo: