Diego Amorim nos conta os principais destaques desta semana, em cinco pontos:
1) A semana não começa mais tranquila do que as últimas.
Ontem, em nova manifestação bolsonarista em Brasília, o presidente da República disse, entre outras coisas: “Chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui para frente não só mais exigiremos. Faremos cumprir a Constituição”.
Jair Bolsonaro também afirmou que o povo e as Forças Armadas “estão ao nosso lado”.
Durante o ato — que, em meio à pandemia da Covid-19, provocou aglomerações na Esplanada –, jornalistas foram agredidos. Uma série de autoridades e entidades divulgaram notas de repúdio ainda no dia de ontem.
Hoje, a repercussão negativa deve continuar.
2) Jair Bolsonaro disse que vai nomear nesta segunda-feira o novo diretor-geral da Polícia Federal. O escolhido assumirá o lugar de Maurício Valeixo, exonerado pelo presidente ainda sem muita explicação, o que resultou na saída de Sergio Moro do governo.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, barrou a nomeação para o cargo de Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro.
Vamos acompanhar as reações internas e externas ao novo escolhido para comandar a corporação policial.
3) No sábado, Sergio Moro prestou depoimento no âmbito da investigação aberta pelo ministro Celso de Mello, STF, das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública.
Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF.
Estes dias seguintes ao depoimento provavelmente aumentarão ainda mais a tensão política em Brasília.
4) Também no sábado, o Senado aprovou o projeto alternativo ao Plano Mansueto, com medidas de socorro financeiro a estados e municípios.
Agora, a Câmara apreciará a matéria, que prevê, por exemplo, o repasse direto de R$ 60 bilhões do caixa do Tesouro para os caixas de governadores e prefeitos.
Como principal contrapartida, a proposta determina o congelamento de salários no funcionalismo até dezembro de 2021, com exceção dos salários das categorias da saúde e da segurança pública.
Havia uma expectativa de que a Câmara analisasse o texto aprovado pelos senadores ainda nesta segunda-feira, mas há resistência por parte de lideranças partidárias.
A Câmara deverá, enfim, analisar nesta semana a chamada PEC do Orçamento de Guerra, alterada no Senado.
5) No campo econômico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá para decidir sobre a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 3,75% ao ano. A estimativa do mercado é de redução entre 0,5 e 0,75 ponto percentual.
No Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros deverão retomar, na quarta-feira, o julgamento sobre a constitucionalidade das Medidas Provisórias que tratam do transporte intermunicipal durante a pandemia. Na quinta-feira, deverá ser julgado o pedido para suspender prazos relacionados às eleições municipais deste ano.
De resto, continuaremos, claro, acompanhando a situação da pandemia no Brasil e no mundo, atualizando os números e torcendo pela vacina.
Bom dia e boa semana.