Saiba tudo o que disse Ricardo Barros à CPI da Covid
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, prestou depoimento nesta quinta-feira (12) à CPI da Covid. Antes que o relator, Renan Calheiros, acabasse seus questionamentos, o depoente causou tumulto. A sessão foi suspensa por cerca de uma hora e, na sequência, encerrada. Barros acusou a comissão de afastar farmacêuticas interessadas em vender vacinas ao Brasil...
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, prestou depoimento nesta quinta-feira (12) à CPI da Covid. Antes que o relator, Renan Calheiros, acabasse seus questionamentos, o depoente causou tumulto. A sessão foi suspensa por cerca de uma hora e, na sequência, encerrada. Barros acusou a comissão de afastar farmacêuticas interessadas em vender vacinas ao Brasil.
A cúpula da CPI decidiu que o líder do governo terá que comparecer mais uma vez à comissão. Dessa vez, como convocado.
Barros negou qualquer envolvimento com o caso Covaxin e acusou Luis Miranda de fazer um “teatro”.
Saiba tudo o que disse Ricardo Barros à CPI:
Denúncia de Luis Miranda
- Ricardo Barros acusou o deputado Luis Miranda, que denunciou as irregularidades na compra da Covaxin, de fazer “um teatro”. Em junho, Miranda disse à CPI que, ao ser informado sobre o caso, Jair Bolsonaro teria mencionado o envolvimento de Barros.
- A versão de Barros é que Miranda, na verdade, mostrou ao presidente uma foto sua em uma matéria sobre a Global Gestão em Saúde, por isso Bolsonaro teria citado seu nome.
- O líder do governo insistiu para exibir um vídeo de uma entrevista em que Miranda supostamente confirmaria sua versão. Segundo os senadores, ele tentou distorcer a fala de Miranda.
Indicações de servidores do Ministério da Saúde
- Ricardo Barros negou que tenha sido um dos responsáveis pela indicação de Roberto Dias ao Ministério da Saúde. O ex-diretor de Logística da pasta foi demitido após ser acusado de pedir propina na negociação por vacinas. Dias foi chefe de gabinete de Alberto Lupion, então secretário de Infraestrutura do Paraná durante o governo de Cida Borghetti, esposa de Barros.
- O líder do governo na Câmara também negou que tenha indicado Regina Célia para a pasta. Ela foi a fiscal responsável por analisar o contrato da Covaxin.
Contrato da Global
- Ricardo Barros disse que foi impedido judicialmente de interromper o contrato da empresa Global Saúde com o Ministério da Saúde quando comandou a pasta. A pasta fechou um contrato de R$ 20 milhões com a empresa, que é sócia da Precisa Medicamentos, por medicamentos que nunca foram entregues. Segundo o MPF, o desabastecimento causou a morte de 14 pessoas.
- O líder do governo negou que a falta de medicamentos tenha causado as mortes.
Emenda para compra de vacinas
- Ricardo Barros negou que sua emenda tenha facilitado a importação da Covaxin “não serviu para nada”. O líder do governo na Câmara incluiu na MP das vacinas um dispositivo que colocou a agência reguladora da Índia entre aquelas cuja aprovação dispensaria avaliação da Anvisa.
Covaxin
- Ricardo Barros negou qualquer envolvimento com o contrato entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a compra da Covaxin.
- O líder do governo disse que não tem uma relação próxima com o dono da empresa, Francisco Maximiano. Barros encontrou ele pela última vez em seu gabinete quando era ministro da Saúde.
- O depoente afirmou que não sabia de detalhes sobre a Covaxin, nem que a Precisa pediu o pagamento de US$ 45 milhões adiantado, a uma offshore em Singapura, para a liberação de um lote de 3 milhões de doses da vacina.
Barros acusa CPI de afastar farmacêuticas
- Ricardo Barros afirmou que “a postura agressiva” dos senadores durante as sessões da CPI da Covid afastou empresas farmacêuticas que pretendiam vender imunizantes ao Brasil. Segundo ele, vidas de brasileiros poderiam ter sido salvas com as vacinas.
- O depoente citou os casos da CanSino, da Sputnik e da Covaxin. Pouco depois da declaração, a CanSino emitiu uma nota desmentindo o deputado e dizendo que ainda tem interesse de vender vacinas ao Brasil, apesar de ter rompido relações com a intermediária Bechler.
- A declaração irritou os senadores e gerou um intenso bate-boca, que obrigou o presidente da CPI, Omar Aziz, a suspender a sessão.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)