Saiba tudo o que disse Otávio Fakhoury à CPI da Covid
O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury prestou depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (30). Ele é investigado por financiar notícias falsas sobre a pandemia. Aos senadores, Fakhoury reiterou seus posicionamentos negacionistas, contra o uso de máscaras e a favor do uso de substâncias...
O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury prestou depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (30). Ele é investigado por financiar a divulgação de notícias falsas sobre a pandemia.
Aos senadores, Fakhoury reiterou seus posicionamentos negacionistas, contra o uso de máscaras e a favor do uso de substâncias com ineficácia comprovada contra o coronavírus.
O empresário admitiu que financiou o Instituto Força Brasil, que tentou intermediar o contato entre a Davati e o Ministério da Saúde para a venda de imunizantes que não existiam.
Saiba tudo o que disse Otávio Fakhoury à CPI:
Mensagem homofóbica
- No início da sessão, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que é homossexual, leu uma postagem homofóbica feita por Otávio Fakhoury contra ele no Twitter. Na ocasião, o empresário criticou um erro de ortografia cometido pelo parlamentar (estado ‘fragrancial’, ao invés de estado flagrancial) e disse que “o delegado homossexual assumido talvez esteja pensando no perfume de alguma pessoa naquele plenário“.
- Em um discurso emocionado, Contarato condenou a fala preconceituosa. “O dinheiro não compra dignidade. O dinheiro não compra caráter”. Os demais senadores apoiaram o colega, inclusive bolsonaristas.
- Otávio Fakhoury pediu desculpas, disse que o comentário foi infeliz e que tem amigos gays.
Negacionismo
- Otávio Fakhoury reiterou seus posicionamentos negacionistas diante dos senadores. Ele afirmou que não acredita na eficácia das máscaras de proteção contra a Covid, que não se vacinou contra a Covid e que o “tratamento precoce” contra a doença funciona.
- O depoente disse que a “liberdade de expressão” permite que ele dê suas opiniões. Os senadores advertiram: “Isso não é liberdade, é crime”.
Disseminação de fake news
- Otávio Fakhoury, investigado pelo inquérito das fake news, afirmou que “jamais” divulgou uma notícia falsa. O empresário associou a prática ao trabalho de jornalistas. Ele se disse alvo de campanhas difamatórias.
- O depoente negou que tenha bancado o Terça Livre e disse que fez apenas pequenas doações via “superchat”.
- Fakhoury admitiu que já financiou o site Crítica Nacional, também acusado de divulgar notícias falsas.
- O empresário afirmou que o “gabinete do ódio” não existe e que, na verdade, não passa de uma piada. O depoente admitiu que conhece Filipe Martins, apontado como um dos mentores do grupo.
Instituto Força Brasil
- Otávio Fakhoury confirmou que é vice-presidente do Instituto Força Brasil e que ajudou a financiá-lo. Segundo representantes da Davati, o presidente da entidade, Hélcio Bruno, foi responsável por intermediar o contato com o Ministério da Saúde para a venda de imunizantes que não existiam.
- Apesar disso, o empresário afirmou à CPI que não conhece as tratativas sobre vacinas.
Rádio com Eduardo Bolsonaro
- Otávio Fakhoury admitiu que procurou Eduardo Bolsonaro para tentar comprar uma rádio para divulgar “ideias conservadoras”.
- O empresário disse que conheceu o filho do presidente em 2019, quando ele assumiu a tesouraria da executiva nacional do PSL em São Paulo.
Campanha eleitoral
- Otávio Fakhoury disse que bancou material de campanha do então candidato Jair Bolsonaro em 2018 sem declarar à Justiça Eleitoral. Segundo o empresário, foram gastos R$ 50 mil.
- Ele afirmou que não declarou os gastos porque não houve pedido da coordenação da campanha.
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