Saiba tudo o que disse o representante da Davati à CPI
O representante da Davati Cristiano Carvalho prestou depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (15). Ele contradisse uma série de declarações de Luiz Paulo Dominguetti, que tentava vender imunizantes em nome da empresa, e afirmou que foi procurado pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, antes do jantar do pedido de propina...
O representante da Davati Cristiano Carvalho prestou depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (15).
Ele contradisse uma série de declarações de Luiz Paulo Dominguetti, que tentava vender imunizantes em nome da empresa, e afirmou que foi procurado insistentemente pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, antes do jantar em que teria ocorrido o pedido de propina.
Carvalho disse que o reverendo Amilton de Paula “abriu as portas” do governo para a Davati e prometeu um café da manhã com Jair Bolsonaro e a bancada evangélica.
Saiba tudo o que disse o representante da Davati à CPI:
Atuação de Luiz Paulo Dominguetti
- Cristiano Carvalho disse que foi procurado por Luiz Paulo Dominguetti no dia 10 de fevereiro e que, até então, não o conhecia, contradizendo o ex-cabo da PM, que disse em depoimento que foi designado pela Davati para intermediar as negociações de imunizantes.
- O depoente contradisse mais uma vez Dominguetti, ao afirmar que não é CEO da empresa e que sempre se apresentou como um simples representante informal. Ele disse que não confia em Dominguetti.
- O depoente afirmou que a Davati nunca pagou despesas de hospedagem de Dominguetti.
Contato com Roberto Dias
- Cristiano Carvalho disse que foi procurado pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em 3 de fevereiro, três semanas antes do jantar em que teria ocorrido o pedido de propina.
- Segundo o representante da Davati, Dias lhe enviou duas mensagens perguntando sobre os imunizantes e pedindo retorno.
- O depoente ainda disse que recebeu ligações do servidor, mas não as atendeu.
- Carvalho afirmou que, em nenhum momento, recebeu diretamente pedido de propina de Dias.
Pedido de propina
- Cristiano Carvalho disse que foi informado sobre o pedido de propina de US$ 1 por dose logo após o jantar entre Luiz Paulo Dominguetti, Roberto Dias e Marcelo Blanco, ex-assessor do Delog, no dia 25 de fevereiro.
- O representante da Davati disse que o pedido partiu “do grupo de Blanco”.
- Segundo Carvalho, Dominguetti disse que não se falou em propina, mas em “comissionamento”.
Reunião com Elcio Franco
- Cristiano Carvalho afirmou que se reuniu com o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, no dia 12 de março.
- Segundo o representante da Davati, Elcio foi surpreendido, na ocasião, com a informação de que Roberto Dias estava negociando imunizantes em nome da pasta.
- Carvalho disse que, após o encontro, a Davati enviou uma carta ao Ministério da Saúde, em 15 de março, formalizando uma oferta de vacinas.
Reverendo Amilton de Paula
- Cristiano Carvalho disse que participou do encontro com Elcio por intermédio do reverendo Amilton Gomes de Paula, da ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários).
- Segundo o depoente, o reverendo, por sua vez, teria sido levado à pasta pelo coronel Hélcio Bruno, do instituto bolsonarista Força Brasil, investigado no inquérito das fake news.
- O depoente afirmou que o reverendo também foi o responsável por “abrir as portas” do Ministério da Saúde para Dominguetti no mês anterior.
- O representante da Davati se enrolou para explicar as relações institucionais da Senah com outras entidades e disse que a ONG tem um selo do Vaticano.
- Carvalho afirmou que o reverendo o convidou para um café da manhã com Jair Bolsonaro e com a bancada evangélica. Amilton de Paula ressaltou que o encontro foi uma promessa do presidente.
Áudio de Luis Miranda
- Cristiano Carvalho disse que Luiz Paulo Dominguetti reproduziu o áudio de Luis Miranda em seu depoimento à CPI de forma absurda e equivocada. Na ocasião, o ex-cabo da PM deu a entender que o parlamentar estava intermediando a venda de vacinas com a Davati, quando, na verdade, falava sobre luvas cirúrgicas na gravação, feita em setembro de 2020.
- O representante da Davati disse que o áudio de Miranda foi enviado originalmente a outro representante da empresa.
- O depoente afirmou que repassou o áudio a Dominguetti depois que o deputado esteve na comissão apenas para demonstrar que o deputado era “muito enfático”.
- Carvalho alegou que, quando percebeu que Dominguetti havia reproduzido o áudio na CPI, tentou alertá-lo de que estava equivocado, mas não conseguiu.
Mensagens de Dominguetti
- Cristiano Carvalho minimizou as citações a autoridades como Michelle Bolsonaro em trocas de mensagens de Luiz Paulo Dominguetti. O ex-cabo da PM disse ao reverendo Amilton, em 3 de março, que a primeira-dama havia “entrado no circuito”.
- Segundo o depoente, o envolvimento de Michelle é folclore.
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