Saiba tudo o que disse o diretor do FIB Bank à CPI
Roberto Pereira Ramos Júnior, diretor do FIB Bank, prestou depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (25). A empresa, que, apesar do nome, não é um banco, forneceu à Precisa Medicamentos uma fiança de R$ 80,7 milhões como garantia para o contrato com o Ministério da Saúde para a venda da Covaxin...
Roberto Pereira Ramos Júnior, diretor do FIB Bank, prestou depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (25). A empresa, que, apesar do nome, não é um banco, forneceu à Precisa Medicamentos uma fiança de R$ 80,7 milhões como garantia para o contrato com o Ministério da Saúde para a venda da Covaxin.
Os senadores apontaram diversas contradições nas declarações de Roberto Pereira, disseram que o FIB Bank é uma empresa fantasma e ameaçaram o depoente de prisão mais de uma vez. Nem os bolsonaristas tentaram defendê-lo.
Roberto Pereira negou que Marcos Tolentino seja um sócio oculto do FIB Bank, disse que a empresa não tem relação com Ricardo Barros e Francisco Maximiano e não conseguiu explicar as inconsistências nas propriedades que compõem seu capital social.
Saiba tudo o que disse Roberto Pereira à CPI:
FIB Bank não é banco
- Roberto Pereira admitiu que o FIB Bank, apesar do nome, não é um banco, mas sim uma sociedade anônima que presta garantias fidejussórias. Segundo os senadores, a empresa se passou por banco para oferecer a garantia financeira ao contrato entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde.
- O depoente afirmou que o FIB Bank já prestou garantias fidejussórias em outros contratos entre empresas e órgãos públicos. Entre elas, um contrato anterior entre o Ministério da Saúde e a Precisa, de novembro de 2020, para o fornecimento de 5 milhões de preservativos femininos. A pasta pediu que a carta-fiança seja substituída “com urgência”.
Capital social de R$ 7,5 bilhões
- Roberto Pereira afirmou que o capital social do FIB Bank é de R$ 7,5 bilhões. Apesar disso, segundo ele, trata-se de uma “empresa pequena”.
- O depoente afirmou que o capital é composto por dois grandes terrenos. Um estaria localizado em São Paulo, de R$ 7,2 bilhões, e outro em Curitiba, de R$ 300 milhões. Os senadores levantaram dúvidas sobre os valores e as áreas declaradas das propriedades. Simone Tebet disse que houve uma tentativa de mudar o registro de localização de um dos imóveis na Justiça, do Paraná para São Paulo, e que ele está registrado em nome de outra pessoa.
- Roberto Pereira disse que as propriedades pertencem às empresas MB Guassu e Pico de Juazeiro, controladoras do FIB Bank.
Marcos Tolentino
- Roberto Pereira negou que Marcos Tolentino, dono da Rede Brasil de Televisão e “amigo pessoal” de Ricardo Barros, seja sócio oculto do FIB Bank.
- O depoente foi questionado pelos senadores sobre o motivo de Tolentino aparecer em contratos como “representante”, “procurador” ou “administrador” da empresa. Roberto Pereira então admitiu que Tolentino é representante das empresas Pico do Juazeiro e da MB Guassu. O escritório da MB Guassu está localizado no mesmo endereço do escritório de Tolentino.
- O diretor do FIB Bank foi confrontado com documentos que mostram que Tolentino recebeu quase R$ 2 milhões da empresa em 2020, mas não soube explicar.
Ricardo Barros e Francisco Maximiano
- Roberto Pereira afirmou que o FIB Bank não tem relação com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e com o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano.
- Os senadores então questionaram o depoente sobre se era normal o FIB Bank ter aceitado ser fiador do contrado da Precisa com o governo sem conhecer Maximiano, o proprietário. Roberto Pereira disse que um diretor comercial da empresa tratou do assunto “diretamente com o senhor Max”.
Sócios mortos
- Roberto Pereira foi confrontado pelos senadores com a informação de que dois homens que constam como sócios da MB Guassu estão mortos. Apesar disso, documentos registram movimentações da empresa em nome deles depois das datas em que faleceram.
- Nesse momento, o depoente citou um habeas corpus concedido pelo STF e ficou em silêncio diante dos questionamentos sobre o episódio.
Assinatura falsificada
- Os senadores exibiram um áudio de um homem que consta como sócio fundador do FIB Bank. Geraldo Rodrigues Machado afirmou que percebeu que constava no quadro societário quando não conseguiu ter acesso ao seu seguro-deemprego. O homem é do interior de Alagoas e nunca esteve em São Paulo.
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