Saiba tudo o que disse Elcio Franco na CPI
O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, prestou depoimento nesta quarta-feira (9) à CPI da Covid. Ele mentiu e caiu em contradição em diversas oportunidades, como quando negou que as negociações com Butantan tenham sido interrompidas...
O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, prestou depoimento nesta quarta-feira (9) à CPI da Covid.
Ele mentiu sistematicamente e caiu em contradição em diversas oportunidades, como quando negou que as negociações com Butantan tenham sido interrompidas.
O coronel do Exército admitiu que Eduardo Pazuello foi informado sobre a crise de oxigênio em Manaus no dia 7 de janeiro, três dias antes do que alegou o ex-ministro em depoimento.
Saiba tudo o que disse Elcio Franco na CPI:
Negociações com o Butantan
- Elcio Franco negou que as negociações com o Instituto Butantan tenham sido interrompidas, como disse Dimas Covas em depoimento. Segundo o coronel, as tratativas foram mantidas entre outubro e janeiro. O ex-secretário foi confrontado com um vídeo de outubro do ano passado, em que afirma que a pasta não compraria a “vacina chinesa”. Renan Calheiros disse que o coronel estava mentindo.
- O ex-número dois de Pazuello afirmou que não antecipou a compra de Coronavac por ter medo de um “cemitério de vacinas”, caso os testes não se mostrassem efetivos. Segundo Elcio, o governo corria muito risco, porque ainda não havia marco legal.
Covax
- Elcio Franco admitiu que foi o responsável pela decisão de comprar a cota mínima de vacinas do consórcio Covax. O Brasil teria direito a uma quantidade de imunizantes suficiente para até 50% da população, mas adquiriu apenas o suficiente para 10% dos brasileiros.
Pfizer
- Elcio Franco disse que só começou a participar das negociações com a Pfizer no dia 6 de agosto.
- O ex-secretário afirmou que as cláusulas contratuais impostas pela farmacêutica dificultaram o processo. Ele citou que a empresa exigia que Jair Bolsonaro assinasse o acordo.
- Elcio disse que nem a Pfizer acreditava no potencial de seu imunizante.
- O coronel tentou rebater o fato de as ofertas terem sido ignoradas, alegando que o CEO da empresa tinha seu telefone e poderia contatá-lo a qualquer momento.
- Elcio afirmou que o Ministério da Economia foi contra a MP que liberou a compra de vacinas da Pfizer. A medida precisava de aval de várias pastas, entre as quais Saúde e Economia.
Manaus
- Elcio Franco disse que não faltou dinheiro na crise de oxigênio em Manaus. Segundo ele, a pasta fez todos os esforços possíveis.
- O coronel afirmou que Eduardo Pazuello soube da situação na cidade no dia 7 de janeiro. A informação contradiz o que disse o general em depoimento à CPI, de que só havia sido informado no dia 10. O ex-secretário disse que informou Pazuello por telefone.
Ministério da Saúde paralelo
- Elcio Franco negou a existência de um “Ministério da Saúde paralelo”.
- O coronel reconheceu, no entanto, que se reuniu com Nise Yamaguchi, Arthur Weintraub, Carlos Wizard e Osmar Terra. Ele disse que não lembrava precisamente do objetivo dos encontros.
- O ex-secretário negou conhecer Luciano Dias Azevedo, Paolo Zanotto e Carlos Bolsonaro.
- Elcio negou que o governo tenha discutido a tese da “imunidade de rebanho”.
- O coronel tentou fazer uma distinção entre “tratamento precoce” e “atendimento precoce” e disse que o Ministério da Saúde defendia apenas o atendimento e a liberdade do médico para prescrever medicamentos off label.
Supernotificação
- Elcio Franco flertou com a tese mentirosa difundida pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a supernotificação de mortes por Covid. O ex-secretário citou um acórdão do TCU que alertava para o risco de que o estados aumentassem os números de mortes artificialmente.
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