Quem é Nise Yamaguchi?
A médica Nise Hitomi Yamaguchi presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (1). Ela deve ser questionada pelos senadores sobre sua participação em um suposto "Ministério da Saúde paralelo", citado por outros depoentes como um grupo que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro em decisões sobre a pandemia. Nise é defensora do "tratamento precoce"...
A imunologista Nise Hitomi Yamaguchi presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (1).
Ela deve ser questionada pelos senadores sobre sua participação em um suposto “Ministério da Saúde paralelo”, citado por outros depoentes como um grupo que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro em decisões sobre a pandemia.
Nise é defensora do “tratamento precoce” contra a Covid e do uso de hidroxicloroquina. Ela foi cotada para assumir o Ministério da Saúde duas vezes no ano passado.
Carreira:
Nise Yamaguchi ingressou na Faculdade de Medicina da USP em 1982. Ela concluiu a residência médica em imunologia e alergias no Hospital das Clínicas em 1988. No período, realizou cursos na Alemanha e Suíça e participou de treinamentos em Nova York.
Lá, Nise estudou aspectos da imunologia de tumores, que resultaram em sua tese de mestrado, defendida em 1993, na Universidade de São Paulo.
Entre 1997 e 2000, Nise comandou a Diretoria Científica da Sociedade Brasileira de Cancerologia.
Nessa época, a médica trabalhou em seu doutorado em Pneumologia na USP, que concluiria anos mais tarde, em 2002.
Em 2005, a médica passou a dar aulas na Faculdade de Medicina da USP.
Nise Yamaguchi ingressou no Ministério da Saúde em 2008, como representante do estado de São Paulo. Ela ocupou o posto até 2011.
Ela ganhou notoriedade em 2020, quando foi cotada para assumir no Ministério da Saúde.
Sondagem para o Ministério da Saúde
Em abril de 2020, diante da pressão sobre o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a doutora Nise Yamaguchi foi cotada para assumir a pasta.
O presidente Jair Bolsonaro vinha se desentendendo com Mandetta a respeito das medidas de isolamento social e sobre o uso da cloroquina no tratamento de doentes de Covid. Nise tem posições mais flexíveis sobre os temas, sendo uma das principais defensoras do uso do medicamento contra a Covid.
No dia 6 de abril do ano passado, quando Jair Bolsonaro decidiu demitir Mandetta e voltou atrás, Nise almoçou com o presidente, Osmar Terra e outros ministros no Palácio do Planalto.
Após a demissão de Mandetta na semana seguinte, Bolsonaro acabou optando por Nelson Teich para comandar o ministério. Teich ficou 29 dias no cargo.
Quando ele deixou a pasta, em maio, Nise voltou a ser cotada para assumir e almoçou mais de uma vez com o presidente em Brasília. Bolsonaro preferiu uma solução caseira e manteve o interino Eduardo Pazuello no cargo.
Ministério da Saúde paralelo
Desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, Nise Yamaguchi tornou-se uma das principais vozes na defesa do “tratamento precoce” da doença, sobretudo do uso da cloroquina. A médica se tornou uma referência sobre o assunto para o bolsonarismo.
Em depoimento à CPI da Covid no mês passado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse que o governo era aconselhado por um “Ministério da Saúde Paralelo”.
Segundo Mandetta, o governo federal chegou a elaborar um decreto, com o objetivo de determinar que a Anvisa mudasse a bula da cloroquina para que o medicamento para a malária passasse a ser recomendado no tratamento de Covid. A tentativa foi impedida pelo presidente da agência, Antônio Barra Torres, segundo disse Mandetta.
Em depoimento, Barra Torres confirmou a versão.
Nise Yamaguchi foi apontada como a responsável por sugerir a mudança. Com base nisso, ela foi convidada para depor.
Ao longo do ano, ela participou de ao menos 5 reuniões do Palácio do Planalto e teve passagens pagas pelo Ministério da Saúde.
Histórico
1959 – Nasce Nise Yamaguchi, em Maringá, no Paraná.
1977 – Nise ingressa na Faculdade de Medicina da USP.
1982 – Conclui o curso de medicina.
1988 – Nise completa a residência em Clínica Médica e Imunologia e Alergia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
1991 – A médica inicia seu mestrado em Imunologia pela Faculdade de Medicina da USP.
1993 – Nise conclui o mestrado.
1997 – A médica passa a atuar como diretora científica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, cargo que ocuparia até 2000.
1998 – Ela dá início ao seu doutorado em Pneumologia na USP.
2002 – Nise conclui o doutorado.
2005 – A médica passa a dar aulas na Faculdade de Medicina da USP.
2008 – Nise torna-se representante do Ministério da Saúde no Estado de São Paulo, cargo que ocuuparia até 2011.
2020 – Nise é cotada para assumir o Ministério da Saúde diante da pressão sobre o então ministro, Luiz Henrique Mandetta.
2021 – A doutora é apontada como integrante do “Ministério da Saúde Paralelo” e é convidada a prestar depoimento na CPI da Covid no Senado.
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