A polícia italiana prendeu nesta segunda-feira (16) Matteo Messina Denaro, acusado de chefiar o grupo mafioso Cosa Nostra.

Foragido havia 30 anos, Denaro foi detido em Palermo, na Sicília, no hospital La Maddalena, onde fazia terapia contra um câncer de cólon.

00:00/01:00

oantagonista

Truvid

fullScreen

Leia mais

Vida

Nascido em 26 de abril de 1962 em Castelvetrano, no sudoeste da Sicília, Matteo Messina Denaro é filho de Don Ciccio, antigo líder do clã local, e ingressou na organização ainda na infância.

Especialista em armas de fogo, o Príncipe de Trapani, como era frequentemente chamado, aprendeu a atirar com 14 anos e cometeu seu primeiro assassinato aos 18.

Líder da nova geração que substituiu os antigos padrinhos, Denaro gostava de carros de luxo, mulheres e relógios de ouro.

Cosa Nostra

Em 1989, ano em que começaram seus primeiros problemas com a lei, Denaro foi acusado de associação mafiosa por participar de uma sangrenta luta entre dois clãs rivais. No mesmo ano, foi acusado por ordenar o assassinato de Nicola Consales, vice-gerente de um hotel que lamentava que seus funcionários tivessem ligações com a máfia.

Líder do chamado clã Castelvetrano, Denaro firmou aliança com o clã Corleonesi, famoso pelo filme “O Poderoso Chefão”, e se tornou um dos herdeiros de Toto Riini na Cosa Nostra, organização criminosa especializada em tráfico de drogas, prostituição, extorsão e lavagem de dinheiro.

Apelidado de Diabolik, nome do protagonista de uma famosa história em quadrinhos italiana, ele participou, em 1992, do assassinato de Mincenzo Milazzo, chefe do clã Alcamo. No mesmo ano, ordenou os assassinatos de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, juízes antimáfia.

Messina Denaro estava foragido desde 1993, após liderar uma série de atentados da Cosa Nostra em Roma, Milão e Florença.

Em 2000, ele foi condenado à prisão perpétua, entre outras acusações, pelo assassinato do pequeno Giuseppe Di Matteo, sequestrado para obrigar seu pai Santino a retratar seu depoimento sobre o assassinato do juiz Falcone.

Em 2010, a revista Forbes incluiu Matteo Messina Denaro na lista dos dez fugitivos mais perigosos do mundo.