Quem é Fernando Azevedo e Silva?
Fernando Azevedo e Silva foi ministro da Defesa do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele pediu demissão em 29 de março de 2021, no mesmo dia em que Ernesto Araújo deixou o Ministério das Relações Exteriores...
Fernando Azevedo e Silva foi ministro da Defesa do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele pediu demissão em 29 de março de 2021, no mesmo dia em que Ernesto Araújo deixou o Ministério das Relações Exteriores.
Carreira militar
Nascido em 1954, no Rio de Janeiro, Fernando Azevedo e Silva ingressou no Exército em 1973, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Teve uma ascensão gradual no Exército, passando pelas patentes de aspirante a oficial da Arma de Infantaria, 2º tenente, 1º tenente e capitão, até ser promovido a major em 1989. No mesmo ano, o militar passou a atuar como instrutor da AMAN.
Em 1990, Azevedo foi nomeado para atuar como ajudante de ordens do então presidente Fernando Collor. Ele ficaria no posto até 1992, quando Collor renunciou em meio ao processo de impeachment.
Nos anos subsequentes, o militar foi promovido a tenente-coronel e, mais tarde, a coronel. Em 2002, Fernando participou de uma missão de paz no Haiti.
Azevedo foi promovido ao posto de general de brigada em 2007, quando passou a comandar a Brigada de Infantaria Paraquedista. Em 2011, viu-se promovido ao posto de general de divisão.
O militar atingiu o posto máximo da carreira, em 2014, ao conseguir a patente de general do Exército. Ele chefiou o Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro, e foi o responsável pela segurança na Olimpíada de 2016. Nesse contexto, Azevedo se tornou chefe do Estado Maior do Exército.
O general também atuou como assessor do ministro do STF Dias Toffoli.
Em 2018, o general foi convidado por Jair Bolsonaro para integrar seu governo como ministro da Defesa.
Atuação como ministro da Defesa
Enquanto esteve no cargo de ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, manteve-se em equilíbrio difícil entre os movimentos autoritários de Jair Bolsonaro e a preservação da missão constitucional das Forças Armadas.
Entre abril e maio de 2020, em meio ao surgimento da pandemia e as tensões entre o Executivo e os demais poderes e a saída de Sergio Moro do governo, Bolsonaro deu declarações como “acabou, porra” e “eu sou a Constituição”.
O presidente participou ainda de manifestações a favor da intervenção militar, que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Não só não houve qualquer repreensão por parte do Ministério da Defesa, como Fernando Azevedo participou dos eventos.
Em um deles, o general, Bolsonaro e o ministro do GSI, Augusto Heleno, sobrevoaram a Praça dos Três Poderes em um helicóptero. Eles alegaram que era para checar a segurança dos manifestantes.
Quando o ministro do STF encaminhou um pedido à PGR de partidos de oposição para que o celular do presidente fosse apreendido, Heleno divulgou uma nota dizendo que a decisão poderia ter “consequências irreversíveis” para a democracia brasileira, sugerindo que o exército poderia intervir. O pronunciamento foi endossado por Fernando Azevedo e Silva.
Por ter atuado como assessor de Dias Toffoli, o general mantinha uma boa relação com o STF enquanto esteve no governo.
Demissão
No dia 29 de março de 2021, Fernando Azevedo e Silva deixou o governo. Em uma carta, o general agradeceu a Jair Bolsonaro pela oportunidade e afirmou que preservou as Forças Armadas como instituições de Estado:
“Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa.
Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida.”
A demissão pegou políticos e militares de surpresa. O gesto foi interpretado como o início de uma reforma ministerial para abrigar forças políticas do Congresso no momento de maior fragilidade do governo Bolsonaro e também para colocar no lugar de Fernando Azevedo e Silva um militar mais alinhado com o presidente. O escolhido foi o general Braga Netto.
Jair Bolsonaro e Azevedo vinham se desentendendo havia alguns meses. O presidente pediu mais de uma vez para que o general trocasse o comandante do Exército, Edson Pujol. O ministro segurou o colega no cargo.
O presidente aproveitou para demitir o general na reforma ministerial realizada para abrigar o Centrão no governo.
Histórico
1954 – Nasce Fernando Azevedo e Silva
1973 – Azevedo e Silva ingressa na Academia Militar das Agulhas Negras.
1976 – Fernando é declarado aspirante a oficial da Arma de Infantaria.
1977 – Azevedo é promovido ao posto de 2º tenente.
1978 – Fernando é promovido a 1º tenente.
1982- O militar é alçado ao posto de capitão.
1989 – Azevedo passa a atuar como instrutor da AMAN e é promovido a major.
1990 – Fernando é nomeado como ajudante de ordens do então presidente Fernando Collor de Mello.
1992 – Collor renuncia em meio ao processo de impeachment e o militar deixa o governo.
1994 – Azevedo Azevedo é promovido a tenente-coronel.
1999 – O militar é promovido a coronel.
2002 – Fernando participa da missão de paz no Haiti.
2007 – Azevedo ascende ao posto de general de brigada e é nomeado para comandar a Brigada de Infantaria Paraquedista.
2011 – É promovido ao posto de general de divisão
2014 – Azevedo é promovido ao posto de General de Exército, o máximo da carreira, e assume o Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro. Foi o responsável pela segurança da Olimpíada de 2016.
2016 – O general se torna chefe do Estado-Maior do Exército.
2018 – Azevedo atua como assessor do então presidente do STF, Dias Toffoli. O general é convidado por Jair Bolsonaro para integrar o governo.
2019 – Assume como ministro da Defesa do Brasil.
2020 – Azevedo participa, ao lado do presidente, de manifestações antidemocráticas. Em uma delas, o general sobrevoa a praça dos três poderes. Faixas pedindo intervenção militar eram exibidas durante o protesto.
2021 – No mesmo dia em que Ernesto Araújo deixou o governo, Fernando Azevedo e Silva pediu demissão.
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