Quem é Daniel Silveira?
Antes de ser preso por determinação de Alexandre de Moraes e denunciado pela PGR, o deputado federal Daniel Silveira, do PSL do Rio de Janeiro, já colecionava polêmicas. Ele foi eleito para o seu primeiro mandato em 2018, defendendo pautas ligadas à segurança pública e a um suposto conservadorismo. Durante um comício de campanha, Silveira ganhou destaque ao celebrar destruição de uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, que havia sido assassinada meses antes...
Antes de ser preso por determinação de Alexandre de Moraes e denunciado pela PGR, o deputado federal Daniel Silveira, do PSL do Rio de Janeiro, já colecionava polêmicas. Ele foi eleito para o seu primeiro mandato em 2018, defendendo pautas ligadas à segurança pública e a um suposto conservadorismo.
Durante um comício de campanha, Silveira ganhou destaque ao celebrar destruição de uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, que havia sido assassinada meses antes.
O parlamentar, nascido em 1982, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, é ex-policial militar e tem formação em direito. Ele dá aulas de muay thai e defesa pessoal. Silveira pertence à ala bolsonarista do PSL e chegou a ser líder do partido na Câmara. Quando eleito, em 2018, teve pouco mais de 31 mil votos.
No ano passado, o deputado voltou ao noticiário em meio ao inquérito das fake news, citado como propagador de notícias falsas. Ele chegou a ser alvo de mandados de busca e apreensão. Quando Silveira publicou o vídeo atacando ministros do STF e defendendo um novo AI-5, Alexandre de Moraes usou o inquérito das fake news para determinar a prisão em flagrante por meio da Lei de Segurança Nacional.
Ainda em 2020, o parlamentar passou a ser investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, acusado de incentivar manifestações que pediam o fechamento do STF e do Congresso. Silveira também foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesse inquérito.
Quando manifestantes atiraram fogos de artifício em direção ao Supremo, o ex-PM disse que se tratava de “um ato religioso”. Foi no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos que a PGR apresentou denúncia contra ele.
Durante a pandemia, o deputado foi alvo de uma ação civil pública do MP-RJ que buscava impedir sua participação em atos a favor da abertura do comércio no Rio de Janeiro. Ele também defendeu o fim do isolamento social em Manaus, dias antes do colapso no sistema de saúde, que levou doentes a morrerem por falta de oxigênio.
Em 2019, o deputado gravou em áudio uma reunião de deputados do PSL em que o líder Delegado Waldir chamou Jair Bolsonaro de “vagabundo” e disse que ia implodir o presidente. Na ocasião, Silveira reiterou seus votos de lealdade a Bolsonaro.
Daniel Silveira e as redes sociais
Daniel Silveira é bastante ativo nas redes sociais. Ele tem cerca de 70 mil inscritos em seu canal no Youtube e 140 mil seguidores no Twitter, onde se descreve como “Policial militar, Conservador, bacharelando em Direito, Deputado Federal, totalmente parcial e ideológico”.
O comportamento do deputado na internet fez com que ele fosse investigado nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos. O ex-PM costuma fazer ataques a outros parlamentares e a ministros do STF, como no caso do vídeo que o levou à prisão.
Na publicação, de quase 20 minutos, o Silveira defende o AI-5 e ofende os integrantes do Supremo. O deputado chega a descrever uma cena “hipotética” em que eles são espancados pela população.
Logo depois a Polícia Federal chegou à sua casa para executar a ordem de prisão, Silveira publicou um novo vídeo, reiterando as ameaças, e continuou tuitando.
Gleisi Hoffmann já apresentou uma notícia crime contra o deputado no STF por suas postagens. Ela se referia a um outro vídeo em que o parlamentar estava em uma “manifestação antifacista” e ameaçou “descarregar uma arma” nos “comunistas” que tentassem agredi-lo. Luiz Fux foi o relator do caso e pediu que a PGR tomasse as providências cabíveis. Nada foi feito.
Por meio das redes sociais, Silveira também incentivou a população de Manaus a ir às ruas protestar contra o isolamento social. Ele chegou a dizer que o governador do Amazonas, Wilson Lima, poderia ser “arrancado do palácio pelas mãos do povo” se não permitisse a abertura do comércio.
Dias depois, a capital amazonense viveu um colapso no sistema de Saúde e pessoas morreram por falta de oxigênio.
Daniel Silveira e a Polícia Militar
Silveira quase foi expulso da PM do Rio de Janeiro por seu comportamento nas redes sociais. Ele foi alvo de processo disciplinar por causa de seu perfil no Facebook.
O parlamentar já foi punido com prisões administrativas na corporação por causa de transgressões como atrasos e faltas. Foram 26 dias de prisão e 54 de detenção.
Ao todo, Silveira foi punido com 60 sanções disciplinares e, numa delas, teve a carteira funcional e o porte de armas retirados pela PM.
Em um período de 8 meses, entre junho de 2015 e janeiro de 2016, quando trabalhava em uma Unidade de Polícia Pacificadora localizada na favela da Rocinha, ele faltou oito vezes. Nos carnavais de 2015 e 2016, foi convocado para trabalhar, mas não apareceu.
Enquanto era policial, afirmou que afirmou que gostaria de atirar em um manifestante contra Bolsonaro.
De acordo com um boletim da Polícia Militar, Silveira foi considerado inadequado para o serviço.
Quando disputou as eleições em 2018, ele teve que abandonar o cargo de policial. Como ainda não tinha 10 anos de profissão, não podia se licenciar.
Daniel Silveira e o caso Marielle
Em outubro de 2018, 7 meses depois da morte de Marielle Franco, o então candidato a deputado federal Daniel Silveira e o deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Rodrigo Amorim, quebraram uma placa que homenageava a vereadora.
A placa era uma réplica de identificação de rua do Rio de Janeiro e havia sido colocada sobre a da Praça Marechal Floriano, onde fica a Câmara dos Vereadores da cidade.
Silveira e Amorim alegaram que os defensores de Marielle haviam depredado o patrimônio público ao colocar a placa. Segundo eles, retirá-la era um “dever cívico”.
A placa foi exibida como um troféu pelos bolsonaristas durante um comício do então candidato a governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em Petrópolis.
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