Telegram sem moderação
Em rara entrevista, o criador e CEO da plataforma russa se posiciona contra o "autoritarismo" na moderação de conteúdos
O criador e CEO do Telegram Pavel Durov declarou que é contra mais moderação de conteúdo na plataforma. Com 900 milhões de usuários e uma avaliação de mercado de US$ 30 bilhões, o aplicativo é o preferido de movimentos radicais como Hamas e os militantes antivax. Ativistas que defenderam golpe de estado no Brasil em 2022 são usuários fiéis da plataforma.
Durov, em entrevista ao Financial Times, destacou a intenção de manter a plataforma livre de práticas “autoritárias” contra a “liberdade de expressão”. A declaração foi dada num contexto onde o aplicativo russo ganha popularidade global, especialmente após incidentes como o bloqueio temporário do WhatsApp em países como o Brasil.
A estratégia de monetização, adotada recentemente através da introdução de publicidade e serviços premium, visa assegurar a lucratividade do Telegram e financiar suas ambições futuras, incluindo iniciativas relacionadas à inteligência artificial (IA).
Durov diz que a realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO), possivelmente em uma bolsa americana, seria um passo para democratizar o acesso ao Telegram, além de acelerar o alcance da lucratividade, esperada entre este ano e 2025.
O Telegram também planeja adotar tecnologias de IA para aprimorar a observação de grupos e canais, especialmente em anos eleitorais, sem, segundo Durov, transformar a moderação de conteúdo em uma prática da plataforma. “A menos que eles cruzem uma linha vermelha, eu não acho que deveríamos estar policiando as pessoas na maneira como elas se expressam”, diz.
Telegram e Hamas, a aliança demoníaca
Desde o massacre de 7 de outubro, o Telegram se tornou a principal fonte de vídeos e informações sobre o conflito, muitos dos quais foram posteriormente compartilhados em outras redes sociais como X, Instagram e TikTok, sem verificação.
Durante esse período, o Telegram facilitou a disseminação de todo tipo de conteúdo, incluindo conteúdos criados para desinformar ou chocar pela violência, parte da estratégia de guerra psicológica do terror.
Embora o Telegram tenha enfrentado críticas pela falta de moderação do conteúdo, Pavel Durov defendeu a postura da plataforma, argumentando contra a “censura”.
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