Suprema Corte americana julga moderação de conteúdo nas redes sociais
Caso é um marco na definição do papel das plataformas digitais na moderação do conteúdo online
Em um julgamento que pode redefinir os limites da liberdade de expressão e moderação de conteúdo na era digital, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos analisa leis propostas pelos estados do Texas e da Flórida.
Essas legislações buscam limitar a autonomia das principais plataformas de mídia digital como Facebook, Google, X e Instagram na filtragem de conteúdo político ou controverso. Durante quase quatro horas de debates, os juízes da Suprema Corte deram indícios de que vão manter o bloqueio às leis. em favor das plataformas.
“A Primeira Emenda coloca um ‘dedo na balança’ quando essa questão é levantada”, afirmou o presidente da corte, John Roberts. O ministro Samuel Alito questionou a essência da “moderação de conteúdo”, instando as plataformas de redes sociais a distinguirem entre “censura” e “decisão editorial”.
As leis, oriundas de estados com governadores republicanos, querem combater o que percebem como censura de pontos de vista conservadores, impondo restrições severas sobre a remoção de conteúdo pelas plataformas.
Este caso é um marco na definição do papel das plataformas digitais e do estado na regulação da moderação do conteúdo online.
Conheça as leis em julgamento
Texas:
- Proíbe plataformas de mídia social com mais de 50 milhões de usuários ativos mensais de “censurar” usuários com base em “ponto de vista”
- Permite que usuários ou o procurador-geral do Texas processem as plataformas por violações das regras
- Define “censurar” como remover ou ocultar conteúdo, diminuir alcance e reduzir a distribuição de conteúdo, banir ou suspender usuário.
Flórida:
- Exige que grandes plataformas “apresentem discursos que prefeririam não apresentar”.
- Proíbe a censura ou o banimento de um candidato político ou “empresa jornalística”.
- Define “grande plataforma” como uma plataforma com mais de 100 milhões de usuários ativos mensais em todo o mundo.
Argumentos a favor das leis:
- Defendem a liberdade de expressão e a proteção de pontos de vista minoritários ou politicamente incorretos na visão das plataformas.
- Argumentam que as plataformas de mídia social se tornaram fóruns públicos essenciais e não devem ter o poder de silenciar vozes dissidentes.
Argumentos contra as leis:
- Violam a Primeira Emenda ao interferir na capacidade das plataformas de decidirem livremente.
- Permitem a proliferação de desinformação, “discurso de ódio” e outros conteúdos “prejudiciais”.
Possíveis resultados do julgamento:
- A Suprema Corte pode anular as leis, considerá-las inconstitucionais ou remeter o caso para tribunais inferiores.
- A decisão terá implicações importantes para o futuro da moderação de conteúdo online e para o papel das plataformas digitais na sociedade.
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