OpenAI denuncia DeepSeek por uso ilegal de sua tecnologia
OpenAI investiga possível violação de propriedade intelectual por parte da DeepSeek e alerta para riscos à inovação no setor
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A OpenAI, criadora do ChatGPT, afirmou ter encontrado evidências de que a chinesa DeepSeek utilizou seus modelos proprietários para treinar um concorrente de código aberto, o que caracterizaria violação de propriedade intelectual.
Segundo a OpenAI, foram identificados indícios de uma técnica chamada “destilação”, que permite que modelos menores e mais baratos atinjam resultados semelhantes aos de modelos mais sofisticados. Embora essa prática seja comum no setor, a suspeita é que a DeepSeek tenha feito isso para desenvolver seu próprio modelo rival, o que violaria os termos de serviço da OpenAI.
A DeepSeek surpreendeu o mercado ao lançar seu modelo R1, que obteve avaliações comparáveis às das principais inteligências artificiais dos Estados Unidos. A revelação da OpenAI surge em meio a um cenário de intensa competição na área da IA, e sua parceira Microsoft já havia bloqueado contas ligadas à DeepSeek no ano passado, após investigações sobre possíveis violações dos termos de uso da API da OpenAI.
O impacto da disputa não se restringiu às empresas envolvidas. As ações da Nvidia, fabricante de chips usados para treinar inteligências artificiais, caíram 17% na segunda-feira, 27, eliminando US$ 589 bilhões de seu valor de mercado, devido a temores de que modelos eficientes como o da DeepSeek reduzam a necessidade de hardware caro. Na terça-feira, os papéis da empresa recuperaram 9% do valor perdido.
A DeepSeek afirmou que utilizou apenas 2.048 placas de vídeo Nvidia H800 e investiu US$ 5,6 milhões para treinar seu modelo V3, com 671 bilhões de parâmetros — uma fração do custo enfrentado por OpenAI e Google para desenvolver modelos de tamanho similar. Especialistas apontam que as respostas geradas pelo modelo da DeepSeek sugerem influência direta da tecnologia GPT-4, o que reforça as suspeitas da OpenAI sobre a utilização indevida de seus serviços.
O caso expõe um dilema crescente para gigantes da tecnologia: como proteger seus avanços enquanto pequenas startups — especialmente na China — buscam formas de se beneficiar do know-how já desenvolvido.
“Sabemos que empresas baseadas na China e em outros lugares tentam constantemente destilar os modelos das principais empresas de IA dos EUA”, declarou a OpenAI em comunicado, acrescentando que trabalha em contramedidas para proteger sua propriedade intelectual.
A DeepSeek, por sua vez, não respondeu aos pedidos de comentário feitos durante o feriado do Ano Novo Lunar na China.
O que é a “distilação”?
A técnica de “distillation” (ou “destilação”, em português) tem ganhado espaço no desenvolvimento de inteligência artificial.
Trata-se de um método que permite a criação de modelos menores e mais eficientes a partir de modelos maiores e mais poderosos. Basicamente, um modelo avançado — como o GPT-4 da OpenAI — gera respostas que são usadas para treinar um modelo menor, que aprende a imitar seu desempenho sem precisar passar por um treinamento completo com grandes volumes de dados brutos.
Esse processo é amplamente utilizado na indústria para tornar a IA mais acessível e reduzir custos computacionais. No entanto, quando feito sem autorização, pode configurar uma violação de propriedade intelectual.
É exatamente essa a suspeita levantada pela OpenAI contra a DeepSeek. A startup chinesa teria coletado respostas geradas por modelos da OpenAI para treinar seu próprio sistema de IA, o que infringiria os termos de uso da empresa americana, que proíbem a utilização de seus serviços para desenvolver modelos concorrentes.
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