Meta investigada por anúncios de drogas ilegais, diz jornal
Desde março de 2024, quando a investigação foi divulgada, a Meta continua a exibir anúncios que promovem substâncias ilícitas, incluindo cocaína e opioides de venda controlada, violando suas próprias políticas de conteúdo
A Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, é alvo de uma investigação federal devido à veiculação de anúncios que direcionam usuários a mercados online de drogas ilegais, conforme relatado pelo The Wall Street Journal.
Desde março de 2024, quando a investigação foi divulgada, a Meta continua a exibir anúncios que promovem substâncias ilícitas, incluindo cocaína e opioides de venda controlada, violando suas próprias políticas de conteúdo.
A investigação federal, conduzida por promotores da Virgínia, envolve a emissão de intimações e a coleta de registros relacionados ao conteúdo de drogas e à venda ilícita de substâncias através das redes sociais da Meta. A Tech Transparency Project (TTP) identificou mais de 450 anúncios desse tipo nas plataformas da Meta, muitos dos quais exibem imagens explícitas de drogas e incentivam pedidos.
Apesar de utilizar ferramentas de inteligência artificial para moderar o conteúdo, a Meta tem enfrentado dificuldades significativas em impedir a publicação desses anúncios. A empresa sofreu cortes de pessoal que reduziram suas equipes de moderação de conteúdo, exacerbando o problema. A ineficácia das ferramentas de moderação automatizadas e a falta de revisão humana adequada têm permitido que esses anúncios permaneçam ativos por longos períodos.
Drew Pusateri, porta-voz da Meta, afirmou que os sistemas da empresa são projetados para detectar e aplicar medidas contra conteúdos que violam suas políticas, e que centenas de milhares de anúncios foram rejeitados por violarem as políticas de drogas. A empresa também afirmou que continua a investir em recursos e melhorar a fiscalização sobre esse tipo de conteúdo. Além disso, a Meta tem cooperado proativamente com autoridades de aplicação da lei para combater a venda e distribuição de drogas ilícitas.
Redes sociais e o narcotráfico
As redes sociais têm um impacto significativo no narcotráfico e no consumo de drogas ilícitas, influenciando tanto a distribuição quanto a demanda dessas substâncias. Plataformas como Facebook, Instagram e Telegram têm sido usadas por traficantes para alcançar um público mais amplo e diversificado. Anúncios e postagens que promovem drogas ilícitas podem ser direcionados a grupos específicos, facilitando a comercialização em larga escala.
Redes sociais e aplicativos de mensagens criptografadas oferecem um grau de anonimato que dificulta a identificação e a localização dos traficantes, permitindo que operações ilegais sejam conduzidas com menor risco de detecção pelas autoridades.
As redes sociais eliminam barreiras geográficas, permitindo que traficantes alcancem consumidores em diferentes partes do mundo. A comunicação instantânea facilita a coordenação logística entre produtores, distribuidores e consumidores, tornando o processo de tráfico mais eficiente.
A presença de conteúdo que glamouriza o uso de drogas em redes sociais pode influenciar especialmente os jovens, normalizando o consumo e aumentando a curiosidade e a experimentação. Vídeos e postagens que ensinam como usar drogas de forma “segura” ou como fabricar substâncias ilícitas em casa são facilmente acessíveis, aumentando o risco de uso e abuso.
A quantidade massiva de conteúdo gerado diariamente nas redes sociais torna o monitoramento e a moderação de anúncios e postagens ilegais um desafio significativo para as plataformas e as autoridades. Muitas plataformas enfrentam limitações em termos de recursos humanos e tecnológicos para moderar efetivamente o conteúdo relacionado a drogas, resultando em falhas na remoção de postagens e anúncios ilegais.
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