Hackers russos intensificam ataques cibernéticos na Europa
Agências de inteligência alertam para espionagem e sabotagem de infraestrutura
A agência de inteligência alemã, Bundesverfassungsschutz, emitiu um alerta nesta segunda-feira, 9 sobre o aumento da atividade de um grupo de hackers russos vinculado à unidade militar GRU 29155. O grupo tem realizado ataques cibernéticos em países da OTAN e da União Europeia, com foco em espionagem e sabotagem.
O alerta, divulgado em conjunto com agências dos EUA como FBI e NSA, reforça as preocupações com a segurança digital na Europa, especialmente após a invasão russa à Ucrânia. Segundo as autoridades, o grupo desfigura sites e expõe dados roubados, visando setores estratégicos como defesa, logística e tecnologia.
As tensões cibernéticas entre a Rússia e o Ocidente têm aumentado desde 2022, com acusações de ataques direcionados ao governo alemão e a empresas-chave. Autoridades pedem que organizações reforcem a segurança digital, incluindo a atualização de sistemas e uso de autenticação multifator.
A unidade GRU 29155 também é conhecida pelo suposto envolvimento no envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, no Reino Unido, em 2018. A escalada dos ataques cibernéticos agrava as já tensas relações entre Rússia e países ocidentais, que agora veem a segurança digital como uma das frentes mais vulneráveis da guerra híbrida moderna.
Ditaduras utilizam guerra cibernética para manter controle e projetar poder
As ditaduras modernas estão intensificando o uso da guerra cibernética como uma ferramenta essencial para manter o controle interno e projetar poder externamente.
Esses regimes empregam tecnologias avançadas para monitorar comunicações e atividades online de seus cidadãos, utilizando reconhecimento facial e análise de big data para identificar possíveis dissidentes. Além disso, bloqueiam o acesso a sites e redes sociais consideradas subversivas e manipulam algoritmos para promover conteúdo favorável ao regime, ao mesmo tempo em que suprimem vozes críticas.
Para reprimir opositores, utilizam malwares e spywares, espionando ativistas e jornalistas, e realizam ataques cibernéticos contra organizações de direitos humanos e grupos de oposição.
Externamente, essas ditaduras realizam ataques cibernéticos contra infraestruturas críticas de países rivais, como redes elétricas e sistemas financeiros, visando desestabilizar economias e governos. Também praticam ciberespionagem para roubar segredos industriais e tecnologias militares, além de conduzirem campanhas de desinformação com o uso de bots e contas falsas em redes sociais para influenciar a opinião pública em outros países e interferir em processos eleitorais.
Esses regimes têm investido fortemente no desenvolvimento de capacidades ofensivas no campo da guerra cibernética. Muitos criam unidades militares especializadas, conhecidas como “exércitos cibernéticos”, e dedicam recursos para o desenvolvimento de novas armas cibernéticas e técnicas de ataque.
Além disso, recrutam hackers talentosos, oferecendo imunidade em troca de serviços prestados ao regime. Embora essas táticas sejam amplamente utilizadas por ditaduras, algumas democracias também fazem uso de ferramentas de guerra cibernética, o que levanta debates éticos e legais sobre os limites de sua aplicação.
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