Bill Gates lista três profissões que sobreviverão à era da IA
Bilionário aponta áreas que exigem criatividade e pensamento crítico como escudo contra a automação

Bill Gates afirmou que a inteligência artificial vai substituir humanos em grande parte das atividades profissionais, mas destacou três áreas que, segundo ele, continuarão a depender da intervenção humana no futuro próximo.
Segundo Gates, os profissionais das áreas de biociências da saúde, energias alternativas e desenvolvimento de inteligência artificial permanecerão essenciais, mesmo com o avanço acelerado da automação.
Na área da saúde, o bilionário destacou que a IA já colabora com o diagnóstico de doenças e a análise de DNA, mas ainda está longe de substituir a capacidade humana de formular hipóteses e desenvolver novas descobertas científicas.
“A criatividade necessária na pesquisa biológica não pode ser replicada por máquinas”, disse Gates. Ele apontou que o desenvolvimento de medicamentos, vacinas e tratamentos depende de uma combinação complexa entre conhecimento técnico, imaginação e sensibilidade — atributos ainda restritos ao intelecto humano.
O segundo campo imune à substituição imediata pela IA, segundo Gates, é o das energias alternativas.
Ele ressaltou que o enfrentamento das mudanças climáticas exige soluções tecnológicas que ainda não existem e que, por isso, demandam engenheiros e cientistas capazes de pensar além dos limites atuais.
“Fontes como energia solar e eólica são importantes, mas precisamos de fontes confiáveis e constantes, como a energia nuclear. Isso exige inovação, e inovação é trabalho humano”, afirmou.
Por fim, Gates argumentou que a própria inteligência artificial exigirá, por muito tempo, supervisão e desenvolvimento humano.
Ele rejeitou a ideia de que programadores serão substituídos por sistemas autônomos, observando que os modelos atuais, como os da OpenAI, ainda dependem fortemente da intervenção de engenheiros de software para identificar erros, ajustar algoritmos e garantir a segurança dos sistemas.
“Ainda precisamos de pessoas para ensinar as máquinas a pensar”, disse o bilionário.
Apesar do avanço da automação em setores como o bancário — onde até 54% das funções podem ser realizadas por IA, segundo estudo citado por Gates —, o bilionário defende que os profissionais devem buscar formas de se adaptar à nova realidade.
Ele sugere que a escolha das áreas certas e o domínio das ferramentas digitais serão fundamentais para sobreviver na economia da próxima década.
A fala de Gates contrasta com declarações recentes do CEO da NVIDIA, Jensen Huang, que desencorajou jovens a seguirem carreira em engenharia de software. Huang recomendou foco em áreas como biologia, manufatura e educação.
Já o CEO da OpenAI, Sam Altman, declarou que os engenheiros de software podem ser substituídos no futuro.
Para Gates, no entanto, ainda há espaço — e necessidade — para o trabalho humano.
A escolha de quais tarefas serão automatizadas e quais permanecerão sob responsabilidade das pessoas será, segundo ele, uma decisão da própria sociedade.
“Ninguém quer assistir a um jogo de beisebol jogado por computadores”, brincou o empresário, reforçando a importância de manter espaços onde a presença humana seja insubstituível.
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Comentários (1)
Angelo Sanchez
25.03.2025 13:58O dia em que Inteligência Artificial conseguir pensar sozinha e resolver problemas e trabalhar para se auto sustentar, o ser humano que ensinou a I.A. a pensar, recriou o próprio ser humano.