Adobe processada em bilhões por taxas ocultas e cancelamento “impossível”
Ações da empresa despencam após FTC e Departamento de Justiça acusarem práticas abusivas
A Adobe enfrenta um novo processo judicial movido pela Comissão Federal de Comércio (FTC) e pelo Departamento de Justiça dos EUA, que alega que a empresa cobra taxas ocultas e dificulta o cancelamento de assinaturas. A notícia levou a uma queda nas ações da empresa nesta segunda, 24.
A FTC e o Departamento de Justiça dos EUA entraram com uma ação judicial contra a Adobe e dois de seus executivos, acusando a empresa de adotar práticas abusivas relacionadas às suas assinaturas. Segundo o processo, a Adobe teria lucrado significativamente com taxas ocultas e políticas de cancelamento abusivas, recusando-se a corrigir essas práticas devido ao impacto financeiro positivo gerado.
Relatórios indicam que a receita baseada em assinaturas da Adobe quase dobrou nos últimos quatro anos, passando de US$ 7,71 bilhões (R$ 37,4 bilhões) em 2019 para US$ 14,22 bilhões (R$ 68,9 bilhões) em 2023. Esse crescimento representa uma parte substancial da receita anual total da empresa, que atingiu US$ 19,41 bilhões (R$ 94 bilhões) em 2023.
De acordo com a Barron’s, as ações da Adobe caíram 1,911%, fechando em US$ 519,46 (R$ 2.519,91) na segunda-feira, 17, após o anúncio da ação judicial. A Adobe é conhecida por seus softwares de criação e edição, como Photoshop e Illustrator, amplamente utilizados por profissionais de design e marketing.
Nos últimos anos, a empresa tem migrado para um modelo de assinatura, oferecendo acesso a seus produtos por meio da Creative Cloud. No entanto, essa transição trouxe críticas sobre práticas de cobrança e dificuldades para cancelamento de assinaturas, que agora são alvo de uma ação judicial.
A FTC afirmou que a Adobe persistiu em suas práticas abusivas apesar das advertências, priorizando os ganhos financeiros em detrimento dos direitos dos consumidores. “A Adobe precisa ser responsabilizada por suas práticas enganosas que prejudicam os consumidores e violam as leis de proteção ao consumidor”, disse a presidente da FTC, Lina Khan.
O resultado desta ação judicial pode ter implicações significativas para a Adobe, não apenas financeiramente, mas também em termos de sua reputação e relação com os consumidores. A empresa ainda não se pronunciou oficialmente sobre o processo.
Conheça a história da Adobe
A Adobe Inc., inicialmente chamada Adobe Systems Incorporated, foi fundada em dezembro de 1982 por John Warnock e Charles Geschke em Mountain View, Califórnia. A empresa ganhou destaque com a criação da linguagem PostScript, licenciada pela Apple em 1985 para uso em suas impressoras LaserWriter, catalisando a revolução da editoração eletrônica.
Os primeiros produtos da Adobe incluíram fontes digitais em um formato proprietário chamado Type 1 e o software de desenho vetorial Adobe Illustrator, lançado em 1987 para Macintosh. Em 1989, a empresa lançou o Photoshop, que rapidamente se tornou um dos seus produtos mais conhecidos e amplamente utilizados no mercado de edição gráfica.
Em 1993, a Adobe introduziu o Portable Document Format (PDF) com o Adobe Acrobat e Reader, estabelecendo um padrão internacional para documentos digitais. Nos anos seguintes, a empresa continuou a expandir sua linha de produtos por meio de várias aquisições, incluindo a Aldus Corporation em 1994, adicionando o PageMaker e o After Effects ao seu portfólio.
A aquisição mais significativa ocorreu em 2005, quando a Adobe comprou a Macromedia por aproximadamente US$ 3,4 bilhões, incorporando produtos como Flash, Dreamweaver e Fireworks.
Nos últimos anos, a Adobe migrou de um modelo de licenciamento perpétuo para um modelo de assinatura com a Adobe Creative Cloud, oferecendo acesso a uma suíte de software por meio de assinaturas mensais ou anuais. Essa transição permitiu à empresa manter uma receita mais estável e previsível.
Em 2023, a receita baseada em assinaturas da Adobe atingiu US$ 14,22 bilhões (R$ 68,9 bilhões), quase o dobro dos US$ 7,71 bilhões (R$ 37,4 bilhões) de 2019, representando uma parte substancial da receita anual total da empresa de US$ 19,41 bilhões (R$ 94 bilhões). A empresa também foi reconhecida consistentemente como uma das melhores para se trabalhar pela Fortune e Glassdoor, e seus produtos continuam a ser líderes no mercado de software criativo e de marketing digital.
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