Você trocaria um Jair Bolsonaro por um Elon Musk?
É a primeira vez em que uma passeata convocada por Jair Bolsonaro tem outro protagonista, neste caso, Elon Musk
É a primeira vez em que uma passeata convocada por Jair Bolsonaro tem outro protagonista. Sempre foi ele o centro das atenções. Dessa vez, Elon Musk roubou a cena. Teve mais gente pedindo palmas para Elon Musk do que para Jair Bolsonaro. Aliás, o próprio ex-presidente fez esse pedido.
Em manifestações anteriores, Jair Bolsonaro era sempre o centro. No 7 de setembro, por exemplo, o assunto central seria a independência do Brasil, a pátria. É um público que se diz patriota e se veste de verde e amarelo. Ainda assim, o canto era de imbroxável, falando do ex-presidente.
O bilionário sul-africano virou um ídolo incontestável nesse segmento político. Estampa camisetas, bandeiras e faixas de agradecimento. Passou despercebido pela maioria, mas o organizador do evento não parecia muito feliz com isso.
Ao falar sobre Alexandre de Moraes, Silas Malafaia mandou um “não é Elon Musk não. Há dois anos eu chamo Alexandre de Moraes de ditador da toga”. O pastor entende de manter um rebanho de fiéis no longo prazo, gostem dele ou não.
Jair Bolsonaro chegou a dizer que mito mesmo é Elon Musk. É uma isca para que seja substituído por ele no imaginário de seus fiéis? Seria uma estrada que levaria ao caminho do surgimento de mais lideranças no campo bolsonarista? Só o tempo dirá.
A manifestação em Copacabana foi grande, atraiu muita gente. É menor, no entanto, do que a passeata no mesmo lugar um ano atrás. Também juntou menos gente que a passeata na avenida Paulista. Talvez a era das motociatas esteja chegando a uma exaustão.
As pessoas foram às ruas inúmeras vezes convocadas pelo ex-presidente. Estão há anos fazendo manifestações. Sempre há um inimigo a combater e diversos problemas. Não há, no entanto, propostas concretas de solução, um norte a seguir.
Sempre se fala no inimigo da vez, que deve ser combatido. Alexandre de Moraes, Lula, o PT, a esquerda, a Rede Globo, todos eles precisam ser derrotadas. Mas qual é o plano em seguida? Não fica claro.
Agora a pauta central é a liberdade de expressão. Os supostos defensores são bons de discurso, mas ele não coincide com a prática. No governo de Jair Bolsonaro, os asseclas formaram um esquema coordenado de perseguição e difamação dos críticos. As verbas publicitárias de governo eram distribuídas de acordo com a afinidade ou não ao presidente. É o oposto do que se prega agora, é o uso de todos os recursos à mão para cercear a liberdade de expressão dos que discordam.
Elon Musk também tem esse perfil. Onde interessa, se diz defensor da liberdade de expressão. Onde não convém, como China, Rússia e Índia, compactua com arbitrariedades ou cala de forma cúmplice. É alguém que está de olho nos seus negócios, não em princípios.
Temos problemas reais a resolver no Brasil, inclusive no campo da liberdade de expressão. É improvável que eles sejam solucionados por quem, em vez de defender princípios, está mais preocupado com o próprio umbigo.
Você trocaria um Jair Bolsonaro por um Elon Musk?
É a primeira vez em que uma passeata convocada por Jair Bolsonaro tem outro protagonista, neste caso, Elon Musk
É a primeira vez em que uma passeata convocada por Jair Bolsonaro tem outro protagonista. Sempre foi ele o centro das atenções. Dessa vez, Elon Musk roubou a cena. Teve mais gente pedindo palmas para Elon Musk do que para Jair Bolsonaro. Aliás, o próprio ex-presidente fez esse pedido.
Em manifestações anteriores, Jair Bolsonaro era sempre o centro. No 7 de setembro, por exemplo, o assunto central seria a independência do Brasil, a pátria. É um público que se diz patriota e se veste de verde e amarelo. Ainda assim, o canto era de imbroxável, falando do ex-presidente.
O bilionário sul-africano virou um ídolo incontestável nesse segmento político. Estampa camisetas, bandeiras e faixas de agradecimento. Passou despercebido pela maioria, mas o organizador do evento não parecia muito feliz com isso.
Ao falar sobre Alexandre de Moraes, Silas Malafaia mandou um “não é Elon Musk não. Há dois anos eu chamo Alexandre de Moraes de ditador da toga”. O pastor entende de manter um rebanho de fiéis no longo prazo, gostem dele ou não.
Jair Bolsonaro chegou a dizer que mito mesmo é Elon Musk. É uma isca para que seja substituído por ele no imaginário de seus fiéis? Seria uma estrada que levaria ao caminho do surgimento de mais lideranças no campo bolsonarista? Só o tempo dirá.
A manifestação em Copacabana foi grande, atraiu muita gente. É menor, no entanto, do que a passeata no mesmo lugar um ano atrás. Também juntou menos gente que a passeata na avenida Paulista. Talvez a era das motociatas esteja chegando a uma exaustão.
As pessoas foram às ruas inúmeras vezes convocadas pelo ex-presidente. Estão há anos fazendo manifestações. Sempre há um inimigo a combater e diversos problemas. Não há, no entanto, propostas concretas de solução, um norte a seguir.
Sempre se fala no inimigo da vez, que deve ser combatido. Alexandre de Moraes, Lula, o PT, a esquerda, a Rede Globo, todos eles precisam ser derrotadas. Mas qual é o plano em seguida? Não fica claro.
Agora a pauta central é a liberdade de expressão. Os supostos defensores são bons de discurso, mas ele não coincide com a prática. No governo de Jair Bolsonaro, os asseclas formaram um esquema coordenado de perseguição e difamação dos críticos. As verbas publicitárias de governo eram distribuídas de acordo com a afinidade ou não ao presidente. É o oposto do que se prega agora, é o uso de todos os recursos à mão para cercear a liberdade de expressão dos que discordam.
Elon Musk também tem esse perfil. Onde interessa, se diz defensor da liberdade de expressão. Onde não convém, como China, Rússia e Índia, compactua com arbitrariedades ou cala de forma cúmplice. É alguém que está de olho nos seus negócios, não em princípios.
Temos problemas reais a resolver no Brasil, inclusive no campo da liberdade de expressão. É improvável que eles sejam solucionados por quem, em vez de defender princípios, está mais preocupado com o próprio umbigo.