Vergonha como líder militar, Lula não deveria mais falar de guerra
Lula não se cansa de julgar os atos militares de Israel, como se fosse um grande especialista nas Leis Humanitárias Internacionais. Nesta segunda-feira, 13, ele disse que as FDI estão “matando inocentes sem nenhum critério” na Faixa de Gaza...
Lula não se cansa de julgar os atos militares de Israel, como se fosse um grande especialista nas Leis Humanitárias Internacionais. Nesta segunda-feira, 13, ele disse que as FDI estão “matando inocentes sem nenhum critério” na Faixa de Gaza. Como acontece com muito mais frequência do que seria desejável, o presidente brasileiro novamente se intrometeu num assunto que não tem autoridade e nem mesmo moral para discutir.
Por que não tem moral? Porque foi Lula quem empurrou o Brasil para a sua interferência de maior relevo em um país estrangeiro, sem antes se certificar de que os militares tinham diretrizes claras sobre como lidar com direitos humanos e com civis num ambiente de conflito.
Refiro-me à Minustah, a missão de pacificação da ONU que o Brasil liderou no Haiti entre 2004, segundo ano do primeiro mandato de Lula, e 2017, na esteira do impeachment de Dilma Rousseff.
Essa missão costuma ser descrita como um extraordinário sucesso pelo Exército brasileiro – o então general da ativa Augusto Heleno a encabeçou – e também por lulistas, se o assunto por acaso vem à tona.
O fato, contudo, é que o saldo da intervenção foi grotesco, especialmente nos primeiros anos. “O setor mais fraco de nossa missão é direitos humanos”, chegou a reconhecer o segundo em comando de Augusto Heleno, o tenente-coronel Carlos Chagas, durante uma entrevista a pesquisadores em janeiro de 2005.
Em outubro desse mesmo ano de 2005, uma comissão independente, encabeçada por um ex-procurador-geral dos Estados Unidos, recolheu dezenas de depoimentos e denúncias de infrações de direitos humanos, indo do assassinato “de inocentes sem nenhum critério”, para repetir as palavras de Lula, até estupros e outros tipos de abuso sexual.
Não é que todos esses crimes tenham sido cometidos por soldados brasileiros. Mas a liderança era do Brasil – e a responsabilidade, portanto, se estendia a Lula, comandante em chefe das Forças Armadas como todo presidente e maior advogado da presença brasileira nessa empreitada.
Deixemos de lado o fato de que Lula mal consegue disfarçar que sua simpatia pende para os agressores, Rússia e Hamas, nas duas guerras que se desenrolam neste início do seu terceiro mandato. Dia sim, outro também, o presidente fala como se fosse o arauto da paz universal. Mas, quando teve de fato o poder para influir num país estrangeiro mergulhado no caos, ele foi um líder frouxo dos militares brasileiros e não mostrou um fiapo da indignação que exibe hoje.
Lula usou a intervenção no Haiti para fazer propaganda de si próprio e guardou silêncio sobre fracassos na proteção de civis e direitos humanos. Uma vergonha.
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PS: Lula também acusou Israel de jogar “bomba onde tem criança, onde tem hospital, a pretexto de que é um terrorista que está lá, não tem explicação”. A frase é objetivamente mentirosa, porque até este momento nenhum hospital foi bombardeado pelas FDI na Faixa de Gaza. Além disso, aponta o dedo na direção errada. Como diz o artigo 19 da Quarta Convenção de Geneva de 1949, “a proteção a que os hospitais civis têm direito não cessará, a menos que eles sejam usados para cometer, fora de sua missão humanitária, atos danosos à parte inimiga”. Em outras palavras,, ao usar o subterrâneo dos hospitais como base de operações, e os próprios edifícios como ponto para disparar foguetes, foi o Hamas quem destruiu a proteção que as Leis Internacionais Humanitárias oferecem às instalações médicas de Gaza. Mais ainda, o grupo terrorista comete crimes de guerra e crimes contra a humanidade ao fazer de civis palestinos doentes, escudos humanos. Lula está errado – ultrajantemente errado.
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