Tudo joia, Bolsonaro?
Inquérito das joias envolvendo Bolsonaro precisa ter um fim. Senão, ele se torna apenas mais um ponto de discórdia no debate público
O inquérito das joias envolvendo Jair Bolsonaro precisa ter um fim. Sem um desfecho claro, ele se torna apenas mais um ponto de discórdia no debate público, sendo usado como argumento político ao invés de ser tratado com a seriedade necessária. Embora a investigação deva ser conduzida com cuidado, já se passaram quase dois anos sem um final à vista. A discrepância no tratamento dos presentes recebidos por outros ex-presidentes, incluindo o atual presidente Lula, e os presentes recebidos por Bolsonaro é gritante e não pode ser ignorada.
Explicar regras tão diferentes para a população não é uma tarefa fácil e acaba parecendo perseguição. Como é que duas caixas de joias dão problema para um, enquanto onze contêineres não dão problema para outro?
A transparência sobre o que um presidente faz, seja em visitas a outros países ou ao receber presentes, só existe em países onde há um mínimo de vergonha na cara. Infelizmente, no Brasil, essa transparência é seletiva e guiada pelo apoio político.
Os bolsonaristas, que criticam fortemente os desvios e desmandos da era petista, agora fingem que nada está acontecendo com Bolsonaro. A situação fica ainda mais complicada quando o ajudante de ordens do presidente coloca um presente recebido durante a presidência para leilão em um site de joias. Isso não é comportamento esperado de alguém que ocupa o cargo de Presidente da República. Mesmo que Bolsonaro tenha entendido que aquilo era um presente pessoal, vendê-lo em um site de leilão e movimentar dinheiro dessa forma não é nada republicano.
Esperamos que pessoas com vergonha na cara condenem esse tipo de comportamento. Mas quando se torna capacho de político, a primeira coisa que se perde é a vergonha na cara. Embora agora estejamos falando dos bolsonaristas devido à investigação atual, a situação com os lulistas não é diferente. Lula, por exemplo, reclamava sobre a dificuldade de sair da presidência com 11 contêineres de presentes, alegando que ele recebeu mais presentes do que qualquer outro presidente desde Floriano Peixoto. No entanto, agora acusam Bolsonaro de ser ladrão de joias.
O grande problema do nosso país não são apenas os políticos, mas também a sociedade que os reflete. Uma sociedade com um mínimo de princípios e vergonha na cara jamais permitiria que passássemos por situações como a que vivemos hoje. Precisamos reconhecer essa falha para, quem sabe, buscar uma solução.
Tudo joia, Bolsonaro?
Inquérito das joias envolvendo Bolsonaro precisa ter um fim. Senão, ele se torna apenas mais um ponto de discórdia no debate público
O inquérito das joias envolvendo Jair Bolsonaro precisa ter um fim. Sem um desfecho claro, ele se torna apenas mais um ponto de discórdia no debate público, sendo usado como argumento político ao invés de ser tratado com a seriedade necessária. Embora a investigação deva ser conduzida com cuidado, já se passaram quase dois anos sem um final à vista. A discrepância no tratamento dos presentes recebidos por outros ex-presidentes, incluindo o atual presidente Lula, e os presentes recebidos por Bolsonaro é gritante e não pode ser ignorada.
Explicar regras tão diferentes para a população não é uma tarefa fácil e acaba parecendo perseguição. Como é que duas caixas de joias dão problema para um, enquanto onze contêineres não dão problema para outro?
A transparência sobre o que um presidente faz, seja em visitas a outros países ou ao receber presentes, só existe em países onde há um mínimo de vergonha na cara. Infelizmente, no Brasil, essa transparência é seletiva e guiada pelo apoio político.
Os bolsonaristas, que criticam fortemente os desvios e desmandos da era petista, agora fingem que nada está acontecendo com Bolsonaro. A situação fica ainda mais complicada quando o ajudante de ordens do presidente coloca um presente recebido durante a presidência para leilão em um site de joias. Isso não é comportamento esperado de alguém que ocupa o cargo de Presidente da República. Mesmo que Bolsonaro tenha entendido que aquilo era um presente pessoal, vendê-lo em um site de leilão e movimentar dinheiro dessa forma não é nada republicano.
Esperamos que pessoas com vergonha na cara condenem esse tipo de comportamento. Mas quando se torna capacho de político, a primeira coisa que se perde é a vergonha na cara. Embora agora estejamos falando dos bolsonaristas devido à investigação atual, a situação com os lulistas não é diferente. Lula, por exemplo, reclamava sobre a dificuldade de sair da presidência com 11 contêineres de presentes, alegando que ele recebeu mais presentes do que qualquer outro presidente desde Floriano Peixoto. No entanto, agora acusam Bolsonaro de ser ladrão de joias.
O grande problema do nosso país não são apenas os políticos, mas também a sociedade que os reflete. Uma sociedade com um mínimo de princípios e vergonha na cara jamais permitiria que passássemos por situações como a que vivemos hoje. Precisamos reconhecer essa falha para, quem sabe, buscar uma solução.