Treta de Malafaia com Marçal começou muito antes do 7 de setembro; entenda
Marçal, esperto e habilidoso no uso das redes, transformou o conflito com Malafaia em um espetáculo digital
A treta entre Pablo Marçal e Silas Malafaia não é de hoje. Muita gente pensou que o atrito entre os dois estourou agora, no calor das manifestações de 7 de setembro. Nas, na verdade, essa novela começou há pelo menos dois anos. Naquela época, Marçal, que estava tentando se firmar como uma terceira via na corrida presidencial, recebeu um conselho direto de Malafaia: desistir. E aí, o que era um simples conselho virou um confronto público.
Marçal, esperto e habilidoso no uso das redes, transformou o conflito em um espetáculo digital. Houve xingamentos pesados de parte a parte. No final, ele postou vídeos pedindo perdão, Bíblia na mão, mas sem aquele tom de humildade que o pastor esperava. Malafaia, então, não aceitou o que viu como desculpas esfarrapadas, e o embate virou um ciclo de trocas de farpas públicas. No final das contas, o pastor ficou com a imagem de ranzinza e implacável, enquanto Marçal, com seu talento para manobrar narrativas, pintou-se como a vítima injustiçada.
O recente episódio na Avenida Paulista foi só mais um capítulo desse roteiro. Marçal chegou no fim do evento, mas sua presença já estava ali. Bonés com o símbolo “M” já circulavam na multidão, dando a entender que, mesmo ausente, ele dominava o ambiente. Malafaia explodiu quando questionado sobre a presença de Marçal, elevando o tom a níveis que só ele alcança. Para quem assistiu, ficou claro: a raiva ali não era só pelo momento, era um rancor acumulado, mal resolvido, que ferveu ali na hora.
O fato é que, enquanto o pastor Malafaia se exalta e grita, Marçal joga no silêncio e na estratégia. Ele sabe navegar no mundo evangélico como poucos. Na sua igreja, Videira, ele é um mestre em alinhar espiritualidade com prosperidade, algo que ressoa profundamente com muitos fiéis. Essa habilidade, claro, incomoda Malafaia, que vê Marçal não apenas como um adversário, mas como uma ameaça direta à sua influência sobre o público evangélico.
Além disso, Bolsonaro é um líder que precisa de Malafaia para se comunicar com o público evangélico. O pastor também apoiou Lula anos atrás na mesma condição. Qual seria a importância do papel dele se o candidato não precisar mais de tradutor e fiador para falar com evangélicos?
Bolsonaro, por sua vez, observa à distância, usando suas diversas conexões no mundo evangélico para se manter relevante, mesmo sem fazer parte desse universo de forma orgânica. Ele aceita Jesus em eventos com frequência, e isso enfraquece sua autenticidade entre os fiéis mais atentos. Nesse cenário, Marçal aparece como um player que, mesmo sem atacar diretamente Bolsonaro, deixa clara sua independência, sem se sujeitar ao personalismo que define o bolsonarismo.
A questão que fica é se o bolsonarismo está preparado para tolerar o surgimento de novas lideranças que não seguem cegamente a cartilha de “tudo ao meu reino, nada ao vosso”. No fim das contas, essa história de treta é mais do que um conflito pessoal, é um reflexo das tensões maiores dentro do próprio campo conservador.
Treta de Malafaia com Marçal começou muito antes do 7 de setembro; entenda
Marçal, esperto e habilidoso no uso das redes, transformou o conflito com Malafaia em um espetáculo digital
A treta entre Pablo Marçal e Silas Malafaia não é de hoje. Muita gente pensou que o atrito entre os dois estourou agora, no calor das manifestações de 7 de setembro. Nas, na verdade, essa novela começou há pelo menos dois anos. Naquela época, Marçal, que estava tentando se firmar como uma terceira via na corrida presidencial, recebeu um conselho direto de Malafaia: desistir. E aí, o que era um simples conselho virou um confronto público.
Marçal, esperto e habilidoso no uso das redes, transformou o conflito em um espetáculo digital. Houve xingamentos pesados de parte a parte. No final, ele postou vídeos pedindo perdão, Bíblia na mão, mas sem aquele tom de humildade que o pastor esperava. Malafaia, então, não aceitou o que viu como desculpas esfarrapadas, e o embate virou um ciclo de trocas de farpas públicas. No final das contas, o pastor ficou com a imagem de ranzinza e implacável, enquanto Marçal, com seu talento para manobrar narrativas, pintou-se como a vítima injustiçada.
O recente episódio na Avenida Paulista foi só mais um capítulo desse roteiro. Marçal chegou no fim do evento, mas sua presença já estava ali. Bonés com o símbolo “M” já circulavam na multidão, dando a entender que, mesmo ausente, ele dominava o ambiente. Malafaia explodiu quando questionado sobre a presença de Marçal, elevando o tom a níveis que só ele alcança. Para quem assistiu, ficou claro: a raiva ali não era só pelo momento, era um rancor acumulado, mal resolvido, que ferveu ali na hora.
O fato é que, enquanto o pastor Malafaia se exalta e grita, Marçal joga no silêncio e na estratégia. Ele sabe navegar no mundo evangélico como poucos. Na sua igreja, Videira, ele é um mestre em alinhar espiritualidade com prosperidade, algo que ressoa profundamente com muitos fiéis. Essa habilidade, claro, incomoda Malafaia, que vê Marçal não apenas como um adversário, mas como uma ameaça direta à sua influência sobre o público evangélico.
Além disso, Bolsonaro é um líder que precisa de Malafaia para se comunicar com o público evangélico. O pastor também apoiou Lula anos atrás na mesma condição. Qual seria a importância do papel dele se o candidato não precisar mais de tradutor e fiador para falar com evangélicos?
Bolsonaro, por sua vez, observa à distância, usando suas diversas conexões no mundo evangélico para se manter relevante, mesmo sem fazer parte desse universo de forma orgânica. Ele aceita Jesus em eventos com frequência, e isso enfraquece sua autenticidade entre os fiéis mais atentos. Nesse cenário, Marçal aparece como um player que, mesmo sem atacar diretamente Bolsonaro, deixa clara sua independência, sem se sujeitar ao personalismo que define o bolsonarismo.
A questão que fica é se o bolsonarismo está preparado para tolerar o surgimento de novas lideranças que não seguem cegamente a cartilha de “tudo ao meu reino, nada ao vosso”. No fim das contas, essa história de treta é mais do que um conflito pessoal, é um reflexo das tensões maiores dentro do próprio campo conservador.