Sergio Moro é um malvado
O procurador de contas junto ao TCU, Lucas Furtado, é conhecido no tribunal em que trabalha por ser um sujeito sempre pronto a ganhar os holofotes -- quaisquer uns. Basta que um assunto saia no jornal e lá vai o moço entrar com uma representação e virar, ele também, notícia. O seu ministro preferido é Bruno Dantas, afilhado de Renan Calheiros, senador reto e vertical. Formam uma dobradinha bastante afinada. Entende-se a preferência de Bruno Dantas pelo procurador: é impressionante a velocidade de Lucas Furtado em fazer representações. Tudo em prol do Brasil, claro...
O procurador de contas junto ao TCU, Lucas Furtado, é conhecido no tribunal em que trabalha por ser um sujeito sempre pronto a ganhar os holofotes — quaisquer uns. Basta que um assunto saia no jornal e lá vai o moço entrar com uma representação e virar, ele também, notícia. Com o ministro Bruno Dantas, afilhado de Renan Calheiros, senador reto e vertical, ele forma uma dobradinha bastante afinada. Entende-se a preferência de Bruno Dantas pelo procurador: é impressionante a velocidade de Lucas Furtado em fazer representações. Tudo em prol do Brasil, claro.
Agora, o procurador quer saber quanto Sergio Moro (foto) ganhou ao romper o contrato com a empresa de consultoria americana para a qual trabalhava, até filiar-se ao Podemos. A colunista imparcial da Folha, nas horas vagas setorista dos processos de O Antagonista, publicou alegremente a notícia. Bruno Dantas já afirmou — naquele tipo de crença profunda dos ministros do TCU, todos muito apolíticos — que os processos conduzidos por Sergio Moro, no âmbito da Lava Jato, contribuíram “naturalmente” para quebrar a Odebrecht — o departamento de propina cercado de empreiteira por todos os lados. Mas o ministro passou a desconfiar subitamente de que há caroço nesse angu (angu muito natural) e pediu explicações à empresa de consultoria. E abriu caminho para Lucas Furtado atuar.
Como a empresa de consultoria em que Sergio Moro foi trabalhar, depois de sair do governo de Jair Bolsonaro, é administradora judicial da recuperação do grupo Odebrecht, Bruno Dantas e Lucas Furtado podem acusar o hoje pré-candidato de conflito de interesses. Sergio Moro já disse que, no seu contrato com a empresa de consultoria, havia uma cláusula que proibia a sua atuação em casos com potencial conflito de interesses. Mas sabe como é: o ex-juiz foi julgado suspeito pelo insuspeito STF — e se você é julgado suspeito uma vez por gente insuspeita, então você é suspeito para todo o sempre.
As instituições funcionam. Gilmar Mendes espalha que o ex-juiz ficou milionário como consultor — ou até multimilionário, como titulou a revista Veja, que passou a gostar tanto de André Esteves que até parece ser propriedade do banqueiro preso pela Lava Jato (injustamente, óbvio) –, enquanto o TCU, o tribunal preferido de Renan Calheiros, abre investigação sobre esse espertalhão que ousou condenar Lula e todos aqueles inocentes que roubaram 14 bilhões de reais da Petrobras e adjacências. Quem sabe não conseguem impedir o malvado e desonesto de se candidatar à presidência da República, para o bem e a felicidade geral da nação?
Holofotes para Lucas Furtado.
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