Salles é um Pazuello na área ambiental. Ele tem de cair
Depois da operação de hoje, Ricardo Salles não tem mais a menor condição de continuar à frente do Ministério do Meio Ambiente. Se já era um acinte que o responsável pela pasta defendesse "passar a boiada" enquanto o país estava mais preocupado com a pandemia de Covid -- ou seja, que o governo flexibilizasse a legislação ambiental fora dos holofotes -- e que ele apoiasse madeireiras ilegais, sabotando o trabalho da Polícia Federal, é intolerável que seja agora suspeito de integrar um esquema de contrabando de madeira ilegal para Estados Unidos e Europa...
Depois da operação de hoje, Ricardo Salles não tem mais a menor condição de continuar à frente do Ministério do Meio Ambiente. Se já era um acinte que o responsável pela pasta defendesse “passar a boiada” enquanto o país estava mais preocupado com a pandemia de Covid — ou seja, que o governo flexibilizasse a legislação ambiental fora dos holofotes — e que ele apoiasse madeireiras ilegais, sabotando o trabalho da Polícia Federal, é intolerável que seja agora suspeito de integrar um esquema de contrabando de madeira ilegal para Estados Unidos e Europa.
Salles ainda é suspeito no plano policial, mas no plano político já é culpado faz tempo. A pasta do Meio Ambiente não pode ser comandada por um ministro que, nos últimos dois anos e meio, causou revolta entre fiscais e policiais dedicados a impedir o desmatamento, frequentou o noticiário por fazer tudo errado, persistindo no erro, e atraiu atenção internacional por se posicionar contra as regras elementares de preservação. O meio ambiente é assunto sério demais para ficar nas mãos de um aloprado agora sob mira da Justiça criminal. Salles também vem destruindo a capacidade de o país captar investimentos de grandes empresas estrangeiras que, por pressão dos seus acionistas e força das suas normas internas, não podem pôr dinheiro em nações que se comportam como cupins da natureza. E colocou o Brasil em rota de confronto com países ricos que despejam recursos na conservação da Amazônia.
Salles exala cheiro de queimado, de floresta queimada. É uma espécie de Eduardo Pazuello na área ambiental. No combate à pandemia, o ex-ministro da Saúde contrariou recomendações básicas de autoridades sanitárias a mando do presidente da República, contribuindo para matar gente. O atual ministro do Meio Ambiente segue a mesma cartilha criminosa na sua área, contribuindo para matar árvores. Ele teria de cair imediatamente, mas o chefão de Salles tentará segurá-lo no cargo. Esperemos que não por muito tempo. Ao fim e ao cabo, o problema é mesmo o chefão, mas os parlamentares continuam a fingir que dá para manter tudo isso aí, viu.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)