Putin mais uma vez engana Macron
Ontem, o presidente francês Emmanuel Macron passou uma hora e 45 minutos conversando com o ditador russo Vladimir Putin (foto). Foi a 14ª conversa entre os dois. Emmanuel Macron já tentou por 14 vezes fazer com que o ditador russo respeite a lei básica internacional, segundo a qual um país não pode agredir o outro, sem que seja em resposta a um ataque prévio, ou que entre em negociações de verdade com Kiev. Ontem, Vladimir Putin, que nas primeiras conversas com Emmanuel Macron, disse que não invadiria a Ucrânia, foi outra vez cínico, confirmando a sua natureza de escorpião...
Ontem, o presidente francês Emmanuel Macron passou uma hora e quarenta e cinco minutos conversando com o ditador russo Vladimir Putin (foto). Foi a 14ª conversa entre os dois. Emmanuel Macron já tentou por 14 vezes fazer com que o ditador russo respeite a lei básica internacional segundo a qual um país não pode agredir o outro, sem que seja em resposta a um ataque prévio, ou que entre em negociações de verdade com Kiev. Ontem, Vladimir Putin, que nas primeiras conversas com Emmanuel Macron, disse que não invadiria a Ucrânia, foi outra vez cínico, confirmando a sua natureza de escorpião.
Moscou comunicou hoje que, como acertado com o presidente francês, os russos abririam corredores humanitários, para garantir a saída de civis das cidades cercadas por suas tropas. Entre elas, a capital ucraniana, Kiev. Num segundo comunicado, porém, Moscou afirmou que os corredores humanitários seriam permitidos em direção a Belarus e Rússia, também como havia sido combinado com Emmanuel Macron. Paris correu para negar a mentira. As rotas de fuga dos civis deveriam ser garantidas para países que não participam da guerra, como Polônia e Eslováquia.
O governo de Volodymyr Zelensky obviamente recusou a oferta gentil. Guardadas as devidas diferenças — e esperemos que elas existam mesmo –, seria como alemães encaminhando judeus para “corredores humanitários” que os levassem a campos concentração, durante a Segunda Guerra Mundial. Na imprensa russa (se é que ainda se pode chamar de imprensa o que existe lá), Vladimir Putin poderá dizer que a Rússia e a sua aliada Belarus estavam prontas para receber civis ucranianos, mas que os “nazistas” que comandam o país não deixaram que isso ocorresse, para poder usar pessoas comuns como escudos humanos contra a “operação de desnazificação”. Emmanuel Macron e, por tabela, o Ocidente mais uma vez foram enganados.
Enquanto isso, o exército russo — transformado em bando de assassinos — bombardeia áreas civis de maneira bárbara. O que os invasores estão fazendo em Mariupol, uma cidade portuária no Mar de Azov, é sadismo puro. Por diversas vezes, Moscou anunciou que abriria um corredor humanitário para permitir que 200 mil cidadãos escapassem. As pessoas saem dos abrigos antiaéreos, entram em ônibus, os ônibus começam a andar — para, em seguida, todos serem avisados de que não há corredor nenhum. O objetivo é desestabilizar e fragilizar ainda mais a população. A guerra também é de nervos.
Não adianta mais ignorar o fato: estamos diante de um ditador cínico, semelhante a tantos outros que constam dos livros de história. Esse tipo de escória só entende a linguagem da força. Ah, mas isso poderia resultar numa Terceira Guerra Mundial. Senhores, sinto informar, mas já vivemos uma Terceira Guerra Mundial. Apenas estamos tentando ignorar o fato. Vladimir Putin só poderá ser contido na sua sanha monstruosa de erradicar uma nação inteira, no coração da Europa, e depois avançar sobre outros países democráticos que compunham a União Soviética, se o Ocidente mostrar que não aceita ultimatos. Ele já está disposto a tudo, inclusive a lançar mão de armas nucleares táticas. Uma reação militar ocidental na Ucrânia o faria concluir que ele também tem muito a perder e poderia fragilizá-lo dentro da Rússia. Talvez aí os russos entendessem, de fato, o tamanho da encrenca em que o ditador cínico os meteu — e o derrubariam.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)