Pablo Marçal virou o próprio meme: foi cortado pelo Tramontina
Corte de fala de Marçal pelo mediador Tramontina durante o debate virou o que o candidato mesmo ironicamente chamaria de meme
Pablo Marçal acabou se transformando no próprio meme que ele tanto alimentou. O corte de sua fala pelo mediador Tramontina durante o debate virou o que ele mesmo ironicamente chamaria de “corte Tramontina”. Passou a semana inteira brincando com isso nas redes, mas quando finalmente foi “cortado”, o tom mudou e a reação foi choro. As palavras, como dizem, têm poder, e ele atraiu o próprio destino.
O que vimos ali foi uma estratégia clara. Marçal se posiciona como o candidato anti-sistema, aquele que luta contra as forças que, supostamente, querem silenciá-lo. Ele chegou ao debate com essa postura, pronto para encarar um confronto em que seria colocado à prova e desafiado. Talvez ele estivesse esperando a mesma hostilidade que já experimentou em outras ocasiões, como na Globo News, onde se sente tratado de forma desrespeitosa e inferiorizada. Mas, dessa vez, não havia ninguém para atacá-lo. Ele acabou brigando sozinho.
Sem oponentes que “crescessem” para cima dele, a estratégia de se vitimizar e criar uma narrativa de censura não funcionou como esperado. Ali, no palco do debate, o cenário era de respeito entre os candidatos, com discussões centradas em propostas. Marçal, porém, não conseguiu se sobressair, e isso expôs uma de suas maiores fraquezas: ele não é forte quando o foco é colocar ideias claras e objetivas à mesa. O que ele faz muito bem – e nisso é um gênio – é usar gatilhos emocionais para manipular o debate. Mas nesse formato, onde o tempo é curto e não há perguntas entre os candidatos, não houve espaço para esse jogo.
Enquanto os outros candidatos estavam preparados para falar sobre gestão e propostas concretas, ele ficou deslocado. Ricardo Nunes, como prefeito, sabia tudo sobre a administração municipal, como qualquer gestor conhece o funcionamento do seu trabalho. Tábata Amaral, Guilherme Boulos e Marina Helena, por estarem próximos da política pública e já em posições de poder, também estavam prontos para discutir as nuances do governo. Datena e Marçal, por outro lado, como alguém que quer entrar na política, não têm o mesmo domínio do assunto. Isso ficou evidente, e ele “murchou”.
Vendo-se sem destaque, Marçal tentou causar um alvoroço, na velha tática de “falem mal, mas falem de mim”. Mas até onde isso rende votos? Ele já usou essa estratégia antes, reclamando que a Globo News o persegue, mas dessa vez ninguém fez nada para prejudicá-lo. Ao contrário, ele foi tratado com respeito, assim como os outros candidatos. Tentou dizer que houve tratamento discrepante com Datena, mas o diálogo final não deixa dúvidas de que cavou um pênalti.
E se o debate em si já não tivesse sido suficiente, houve a cena deplorável da sua trupe tentando invadir o estúdio. Uma verdadeira baixaria: empurrando a porta de ferro, batendo, tudo enquanto o programa estava ao vivo. Não vazou no microfone, mas quem estava lá viu o nível lamentável do comportamento. Isso trouxe à tona, mais uma vez, a pergunta: é esse o tipo de líder que São Paulo quer?
Eu já condenei a cadeirada do Datena. Todos deveriam ter ido para a delegacia – quem bateu, quem apanhou, e quem viu. Nesse caso, pelo menos, a agressão foi resolvida de forma adequada, com a interferência da autoridade policial. Mas e agora? O que o eleitor vai decidir? São Paulo vai se resolver à base do espetáculo e da violência, ou o eleitorado vai exigir mais seriedade? Está nas mãos do povo dar o recado.
Se o povo deixar claro que não gosta de encenação e violência, o próprio Pablo Marçal tende a mudar de comportamento. Se resolverem passar o pano e premiar, como muitos fizeram com a cadeirada do Datena, resta saber qual o próximo passo na escalada de violência.
Pablo Marçal virou o próprio meme: foi cortado pelo Tramontina
Corte de fala de Marçal pelo mediador Tramontina durante o debate virou o que o candidato mesmo ironicamente chamaria de meme
Pablo Marçal acabou se transformando no próprio meme que ele tanto alimentou. O corte de sua fala pelo mediador Tramontina durante o debate virou o que ele mesmo ironicamente chamaria de “corte Tramontina”. Passou a semana inteira brincando com isso nas redes, mas quando finalmente foi “cortado”, o tom mudou e a reação foi choro. As palavras, como dizem, têm poder, e ele atraiu o próprio destino.
O que vimos ali foi uma estratégia clara. Marçal se posiciona como o candidato anti-sistema, aquele que luta contra as forças que, supostamente, querem silenciá-lo. Ele chegou ao debate com essa postura, pronto para encarar um confronto em que seria colocado à prova e desafiado. Talvez ele estivesse esperando a mesma hostilidade que já experimentou em outras ocasiões, como na Globo News, onde se sente tratado de forma desrespeitosa e inferiorizada. Mas, dessa vez, não havia ninguém para atacá-lo. Ele acabou brigando sozinho.
Sem oponentes que “crescessem” para cima dele, a estratégia de se vitimizar e criar uma narrativa de censura não funcionou como esperado. Ali, no palco do debate, o cenário era de respeito entre os candidatos, com discussões centradas em propostas. Marçal, porém, não conseguiu se sobressair, e isso expôs uma de suas maiores fraquezas: ele não é forte quando o foco é colocar ideias claras e objetivas à mesa. O que ele faz muito bem – e nisso é um gênio – é usar gatilhos emocionais para manipular o debate. Mas nesse formato, onde o tempo é curto e não há perguntas entre os candidatos, não houve espaço para esse jogo.
Enquanto os outros candidatos estavam preparados para falar sobre gestão e propostas concretas, ele ficou deslocado. Ricardo Nunes, como prefeito, sabia tudo sobre a administração municipal, como qualquer gestor conhece o funcionamento do seu trabalho. Tábata Amaral, Guilherme Boulos e Marina Helena, por estarem próximos da política pública e já em posições de poder, também estavam prontos para discutir as nuances do governo. Datena e Marçal, por outro lado, como alguém que quer entrar na política, não têm o mesmo domínio do assunto. Isso ficou evidente, e ele “murchou”.
Vendo-se sem destaque, Marçal tentou causar um alvoroço, na velha tática de “falem mal, mas falem de mim”. Mas até onde isso rende votos? Ele já usou essa estratégia antes, reclamando que a Globo News o persegue, mas dessa vez ninguém fez nada para prejudicá-lo. Ao contrário, ele foi tratado com respeito, assim como os outros candidatos. Tentou dizer que houve tratamento discrepante com Datena, mas o diálogo final não deixa dúvidas de que cavou um pênalti.
E se o debate em si já não tivesse sido suficiente, houve a cena deplorável da sua trupe tentando invadir o estúdio. Uma verdadeira baixaria: empurrando a porta de ferro, batendo, tudo enquanto o programa estava ao vivo. Não vazou no microfone, mas quem estava lá viu o nível lamentável do comportamento. Isso trouxe à tona, mais uma vez, a pergunta: é esse o tipo de líder que São Paulo quer?
Eu já condenei a cadeirada do Datena. Todos deveriam ter ido para a delegacia – quem bateu, quem apanhou, e quem viu. Nesse caso, pelo menos, a agressão foi resolvida de forma adequada, com a interferência da autoridade policial. Mas e agora? O que o eleitor vai decidir? São Paulo vai se resolver à base do espetáculo e da violência, ou o eleitorado vai exigir mais seriedade? Está nas mãos do povo dar o recado.
Se o povo deixar claro que não gosta de encenação e violência, o próprio Pablo Marçal tende a mudar de comportamento. Se resolverem passar o pano e premiar, como muitos fizeram com a cadeirada do Datena, resta saber qual o próximo passo na escalada de violência.