O medo já venceu a liberdade de expressão
O PT, juntamente com setores do Judiciário e do Ministério Público, parecem ter conseguido o que queriam: fazer com que as redes sociais, por medo, implementem...
O PT, juntamente com setores do Judiciário e do Ministério Público, parece ter conseguido o que queria: fazer com que as redes sociais, por medo, implementem mecanismos de censura.
Como mostra a Crusoé, desde a última sexta-feira, 30 de junho, o Instagram mantém suspensa a conta da Associação das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp).
A medida foi tomada depois que a associação divulgou uma nota sobre tentativas do poder público de calar veículos de comunicação. A nota divulgada pela Aesp é anódina, porque nem sequer menciona o caso que concretamente a ensejou: a iniciativa do Ministério Público Federal de tentar cassar as concessões da Jovem Pan, como punição pela cobertura que seus canais de rádio e TV fizeram nas eleições do ano passado. Mesmo assim, o Instagram achou por bem silenciar a entidade. Enxergou abuso – ou perigo – em uma defesa genérica da liberdade de expressão.
O episódio mostra que o Brasil já está na beira do precipício. A associação de classe que representa a Jovem Pan hesitou em defendê-la em público em termos inequívocos, omitindo o nome da rádio como os bruxos faziam com Voldemort nos livros de Harry Potter. Não sabemos quais foram as razões internas, mas o medo, sem dúvida, desempenhou algum papel nessa decisão.
Depois disso, a rede social opta por amordaçar a entidade pública que, cumprindo, ainda que envergonhadamente, a obrigação de defender um de seus associados, relembrou a importância do princípio constitucional da livre expressão. Medo mais uma vez.
O medo já se infiltrou no coração de pessoas e instituições. Para escapar de “complicações”, elas evitam falar ou censuram quem fala. Uma democracia que funciona dessa maneira está doente – e quem acha que é desse jeito mesmo que deve ser, como o PT, juntamente com setores do Judiciário e do Ministério Público, não acredita na democracia.
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