O desafio de Sergio Moro
De acordo com o que noticia Diogo Mainardi, o pré-candidato Sergio Moro (foto), que anunciará em novembro a sua disposição de disputar a eleição presidencial de 2022, conta com o ex-governador Paulo Hartung, economista de formação, para elaborar um plano de governo. É um bom nome, pelas qualidades que demonstrou ter ao administrar o Espírito Santo e por ser capaz de atrair gente qualificada na área econômica para o entorno de Sergio Moro. Paulo Hartung é defensor da responsabilidade fiscal e das reformas tributária e administrativa de verdade, não esses remendos que o governo Jair Bolsonaro anda fazendo com o Centrão, na base do me engana que eu gosto. Ele também enxerga na transição ecológica uma enorme oportunidade para o Brasil...
De acordo com o que noticia Diogo Mainardi, o pré-candidato Sergio Moro (foto), que anunciará em novembro a sua disposição de disputar a eleição presidencial de 2022, conta com o ex-governador Paulo Hartung, economista de formação, para elaborar um plano de governo. É um bom nome, pelas qualidades que demonstrou ter ao administrar o Espírito Santo e por ser capaz de atrair gente qualificada na área econômica para o entorno de Sergio Moro. Paulo Hartung é defensor da responsabilidade fiscal e das reformas tributária e administrativa de verdade, não esses remendos que o governo Jair Bolsonaro anda fazendo com o Centrão, na base do me engana que eu gosto. Ele também enxerga na transição ecológica uma enorme oportunidade para o Brasil.
Todas essas premissas são essenciais para a elaboração de um plano convincente e para que Sergio Moro, se vier mesmo a ser candidato, consiga vender o seu peixe a banqueiros, grandes empresários e investidores. Mas é fundamental que o peixe seja vendido igualmente para baixo: nós todos que, como assalariados, profissionais liberais e pequenos empresários, sofremos na pele com o desemprego, a inflação que já atingiu dois dígitos, a quebradeira — e, no caso das classes mais baixas, a fome.
Como vender esse peixe ao segundo grupo, a acachapante maioria que, de fato, elege presidentes? O discurso de que se trata, antes de tudo, de arrumar a casa — e não furar o teto da casa — não será suficiente para cativar um eleitorado que se encontra em estado de emergência e cujas perspectivas para o ano que vem não são animadoras.
O desafio de Sergio Moro e de quem agregar-se a ele será encontrar uma fórmula atraente aos cidadãos, que combine a imprescindível responsabilidade fiscal com estímulos urgentes à atividade econômica, sem cair na tentação do populismo que envelopará as campanhas de Lula e Jair Bolsonaro. Será importante, ainda, emprestar ao grande ativo de Sergio Moro — o combate à corrupção — um forte caráter econômico, mostrando ao eleitorado como os corruptos minam as bases de uma sociedade produtiva e inviabilizam um estado eficiente. Infelizmente, apesar de a Lava Jato ter procurado fazê-lo, boa parte dos brasileiros não liga esses pontos. Tanto é que, segundo as pesquisas que vêm sendo publicadas, a corrupção está entre as principais preocupações de uma minoria bastante reduzida.
Não adianta vender só futuro a pessoas aprisionadas em eterno e dramático presente e, portanto, mais suscetíveis a subornos populistas e assistencialistas sem porta de saída. Sergio Moro precisa ter isso em mente, se quiser ser eleito presidente. O seu plano requer dois planos: o de fundo e o para já. Tal é o desafio de quem realmente quer o bem do país.
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