Lula condena Israel, critica Biden e afaga Putin Lula condena Israel, critica Biden e afaga Putin
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Lula condena Israel, critica Biden e afaga Putin

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Catarina Rochamonte
5 minutos de leitura 02.12.2023 12:18 comentários
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Lula condena Israel, critica Biden e afaga Putin

Em entrevista a Al Jazeera, Lula afunda sua parca credibilidade diplomática e mostra ao mundo que não passa de um populista autoritário.

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Catarina Rochamonte
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Lula condena Israel, critica Biden e afaga Putin
Reprodução/Al Jazeera

Em entrevista transmitida na noite de sexta-feira, 01 de dezembro, concedida ao canal de TV do Catar, Al Jazeera, Lula conseguiu minar ainda mais a sua já parca credibilidade diplomática, mostrando para o mundo que não passa de um populista autoritário na boca de quem democracia e direitos humanos são apenas peças retóricas para retomada e perpetuação do poder.

Na referida entrevista, Lula voltou a chamar a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas de genocídio: “Não se trata de uma guerra tradicional, mas de um genocídio, que mata milhares de crianças e mulheres que não têm culpa alguma.”

Lula esqueceu de dizer que essa guerra começou quando os terroristas, que ele se esforça por defender com as suas declarações absurdas, massacraram e sequestraram mulheres e crianças em solo israelense.

Se hoje mulheres e crianças morrem sob o bombardeio de Israel é ao Hamas que deve ser atribuída a culpa; não apenas por ter induzido Israel a responder com a guerra ao ato bárbaro e cruel, mas também por manter seu aparato militar sob a estrutura civil de Gaza e por fazer de escudo os inocentes civis.

Sentindo-se à vontade em uma emissora que tem servido de porta-voz aos interesses dos radicais islâmicos, Lula se achou à altura de repreender o presidente americano, Joe Biden, nos seguintes termos: “O presidente mais importante do planeta não teve a sensibilidade de parar a guerra. Os Estados Unidos tiveram muita influência sobre Israel, seja no âmbito econômico ou militar. Eles tinham capacidade de parar a guerra por meio de uma negociação.”

Lula é um sofista. Ele sabe que “parar a guerra” significa negar a Israel o direito de defesa e deixar a sua população civil a mercê dos monstros que invadiram o país, estupraram  mulheres e meninas, queimaram famílias vivas, degolaram bebês, sequestraram e torturaram crianças. Monstros que, não apenas cometeram essas barbaridades, como declararam em entrevista para quem quisesse ouvir que fariam isso novamente até Israel ser extinto e que o 7 de outubro foi apenas um ensaio.

Joe Biden não é Donald Trump, não é um político de direita, não é alguém que simpatiza com Benjamin Netanyahu ou que tenha afrontado os palestinos contrariando as suas legítimas reivindicações. Pelo contrário. Trata-se de alguém que defende a solução dos dois estados e que tem feito um grande esforço diplomático, por meio da atuação do seu secretário de Estado, Antony Blinken, para encontrar uma saída razoável para essa tragédia, atuando principalmente para tentar evitar a escalada do conflito e diminuir as vítimas civis.

Ocorre que qualquer solução razoável passa pelo combate e pela eliminação do Hamas. Todo o mundo civilizado, racional, democrático e livre sabe disso. Lula também sabe, mas se faz de sonso para melhor passar como “defensor da paz” e figurar bem ao lado dos seus amigos tiranos tão hipócritas quanto ele, como Nicolás Maduro – que está em vias de invadir a Guiana sob o olhar complacente do Brasil – e Vladimir Putin, que já invadiu a Ucrânia e conta com apoio explícito de Lula.

Ao ser questionado, nessa mesma entrevista, sobre a guerra na Ucrânia, Lula teve a cara de pau de sugerir que os territórios ucranianos invadidos e anexados pela Rússia deveriam ser decididos em referendo: “A Rússia diz que alguns territórios pertencem a eles, e Zelenski diz que pertencem a Ucrânia. Em vez de ir à guerra, por que não levar a um referendo para perguntar: você quer pertencer a Ucrânia ou à Rússia?”

Interpelado sobre o mandado de prisão emitido contra Putin pelo Tribunal Penal Internacional, Lula, mais uma vez, mostrou de que lado está: confirmou não apenas que convidará Putin para a reunião do G20 a ser realizada no Rio de Janeiro, em 2024, como também fez questão de assegurar que o companheiro não será preso. Para complementar e justificar a sua complacência com o tirano russo, Lula estabeleceu uma esdrúxula analogia entre as duas guerras que em curso:

“Uma das acusações contra Putin é sequestrar crianças. Agora nessa guerra (Israel-Hamas) há crianças sequestradas dos dois lados.”

Óbvio que Lula está mentindo. Não há crianças sequestradas do lado de Israel nem do lado da Ucrânia. Mas mentir nunca foi um problema para Lula. O importante, como ele mesmo ensina, é construir a narrativa.

É vergonhoso que Lula imponha ao Brasil o triste papel de se aliar aos regimes mais abjetos do planeta, indo na contramão da atitude dos estadistas das mais sólidas democracias do mundo livre que tentam, em meio ao caos do terror e do fanatismo, assegurar a liberdade e a segurança dos povos, o que passa, inevitavelmente, por assegurar a Israel e a Ucrânia o direito de se defender e continuar a existir.

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