Lula, a Faria Lima e o verso de Lulu Santos
A Folha noticia que Lula (foto) não aceitou o convite do BTG Pactual para fazer uma palestra no CEO Conference Brasil 2022, um evento anual promovido pelo banco de André Esteves. Os pré-candidatos à presidência da República Jair Bolsonaro, Sergio Moro, Ciro Gomes e João Doria toparam ir. De acordo com o jornal, "a negativa de Lula gera ansiedade no mercado financeiro...
A Folha noticia que Lula (foto) não aceitou o convite do BTG Pactual para fazer uma palestra no CEO Conference Brasil 2022, um evento anual promovido pelo banco de André Esteves. Os pré-candidatos à presidência da República Jair Bolsonaro, Sergio Moro, Ciro Gomes e João Doria toparam ir. De acordo com o jornal, “a negativa de Lula gera ansiedade no mercado financeiro, que aguarda as sinalizações do ex-presidente para os rumos da economia em uma eventual nova gestão petista”.
Lula gostava mesmo é das palestras da Odebrecht e outras empresas pegas pela Lava Jato, em troca das quais a sua empresa recebeu 27 milhões de reais, de acordo com os procuradores que o investigaram. Mas Lula não deixou de ir ao evento do BTG por causa de cachê, evidentemente. Nem por inimizade com André Esteves, de quem é chapa e que tem como sócio um amigo do peito de Lula, o ex-ministro de várias encarnações Nelson Jobim.
Lula não aceitou o convite, porque não seria bom para ele neste momento ter de responder a questões do mercado financeiro. Agora é hora de jogar para a galera da esquerda radical que ajudou a tirá-lo da cadeia. Dizer que vai furar o teto de gastos, dar uma banana para os acionistas das Petrobras, controlar artificialmente o preço dos combustíveis, tentar revogar a reforma trabalhista e maluquices que tais.
Essas falas destrambelhadas do pré-candidato que lidera as pesquisas deixam o mercado ansioso, claro. Mas a Faria Lima pode precificar Lula, sem maiores sustos (sustinhos ocorrerão no início, para efeito de manutenção de clima) — ao fim e ao cabo, o governo do chefão petista, se ele for eleito, será a mesma porcaria dos anteriores, em relação à economia. Lula aproveitará o preço alto das commodities brasileiras, para bancar um crescimento baseado em crédito farto, assistencialismo desavergonhado e consumo, endividando os pobres e enriquecendo ainda mais a banca. Será a ressurreição da “nova classe C”. Lula não é antifrágil, mas anti-Lulu Santos. Em vez de “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”, ele é “tudo do que foi será do mesmíssimo jeito que já foi um dia”.
Que a Faria Lima não queira exigir de Lula um projeto de país moderno. Aliás, para falar a verdade, nem ela sabe se quer mesmo um.
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