Já imaginou a política sendo ocupada por influencers de ostentação com milhões de seguidores leais? É um cenário que parece cada vez mais possível, especialmente quando olhamos para figuras como Deolane Bezerra. Atualmente, ela enfrenta problemas legais, incluindo acusações de lavagem de dinheiro que a levaram à prisão, e tem um patrimônio bastante expressivo. Mas ter riqueza não é o ponto. Ostentar é um valor que, para muitos, gera confiança, seguidores leais e, quem sabe, votos.
Pablo Marçal, por exemplo, é um caso em questão. Ele utiliza seus bens de luxo, como aviões e helicópteros, para proporcionar experiências exclusivas a seus stakeholders, reforçando a imagem de sucesso e conquista. Deolane tem uma atuação um pouco diferente, ostenta marcas de luxo em suas redes, gerando um tipo de relacionamento que vai além do mero seguidor — ela cria uma base de admiradores fiéis. Ela cria o mito de que “a favela venceu” e reduz todos os que desconfiam dela a invejosos.
Essa dinâmica não é novidade no mundo dos negócios, mas está ganhando terreno na política. O brasileiro é atraído por esses símbolos de luxo e sucesso, especialmente quando transmitidos por alguém com quem ele se identifica. Diferente de figuras tradicionais, como Luiz Barsi, o maior investidor pessoa física na Bolsa de Valores brasileira, que vive modestamente apesar de seus ganhos milionários diários, influencers como Deolane Bezerra mostram uma vida de luxo que muitos desejam. Isso tem um apelo significativo.
Com o enfraquecimento do Twitter, essas figuras ganham ainda mais espaço nas redes. O Twitter sempre foi uma plataforma dominada por jornalistas, políticos tradicionais e figuras públicas que, muitas vezes, validavam uns aos outros, moldando a narrativa pública. No entanto, com a plataforma perdendo relevância, surge uma nova oportunidade para os influencers expandirem seu domínio.
Em contraste, redes como Instagram e YouTube, onde o alcance desses influencers é massivo, continuam crescendo. Nessas plataformas, quem já tem um funil de vendas pronto — um sistema de atrair, engajar e converter seguidores em clientes ou, potencialmente, eleitores — está na frente. E é aí que figuras como Pablo Marçal e Deolane Bezerra brilham.
A pergunta que fica é: quantos influencers com milhões de seguidores estão à espreita, prontos para transformar sua influência digital em poder político? Deolane já mencionou convites para ingressar na política. Quantas outras “Deolanes” existem por aí, prontas para decidir o futuro do país? E, mais importante, estamos preparados para um cenário onde a política é dominada por quem sabe jogar o jogo da ostentação e da influência digital? A resposta a essas questões pode moldar o futuro da política brasileira de maneiras que ainda estamos começando a entender.