Desculpas à Ucrânia pela fala moleque de Lula
As atitudes de Jair Bolsonaro e de Lula (foto) em relação à Guerra da Ucrânia variam entre a cumplicidade com Vladimir Putin e o antiamericanismo, passando pela molecagem e pelo desrespeito. Jair Bolsonaro é cúmplice de Vladimir Putin ao não condenar de verdade, com palavras fortes e diretas, o massacre que o carniceiro do Kremlin está perpetrando em território ucraniano — e ao colocar a diplomacia brasileira entre aquelas poucas que tentam diminuir a intensidade das condenações à Rússia por organismos internacionais, como a ONU...
As atitudes de Jair Bolsonaro e de Lula (foto) em relação à Guerra da Ucrânia variam entre a cumplicidade com Vladimir Putin e o antiamericanismo, passando pela molecagem e pelo desrespeito. Jair Bolsonaro é cúmplice de Vladimir Putin ao não condenar de verdade, com palavras fortes e diretas, o massacre que o carniceiro do Kremlin está perpetrando em território ucraniano — e ao colocar a diplomacia brasileira entre aquelas poucas que tentam diminuir a intensidade das condenações à Rússia por organismos internacionais, como a ONU. Jair Bolsonaro se diz preocupado com a criação de atritos com Vladimir Putin, por receio do impacto negativo nas importações de fertilizantes russos, dos quais a agricultura brasileira depende, mas o que conta principalmente é a afinidade da extrema-direita ao qual ele pertence com a colcha de retalhos nacionalista, xenófoba, misógina e homofóbica que o ditador russo costura como ideologia.
Quanto a Lula, ele e os seus acólitos são fiéis àquele antiamericanismo primário que a esquerda sempre cultivou no seu cemitério de ideias. O silogismo é que, se Vladimir Putin é inimigo dos americanos, logo ele não pode ser condenado pelas atrocidades que comete, porque, sabe como é, companheiro, a causa histórica se justifica. Esse Lula que vem sendo apontado como grande democrata, em oposição a Jair Bolsonaro, mostrou toda a sua falta de compromisso com a realidade e o seu desprezo pelas vítimas da agressão russa a um país onde vigora o Estado de Direito, numa fala na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, na quinta-feira da semana passada. Ele fez um comentário que choca pela falta de atribuição das devidas responsabilidades na barbárie que ocorre na Ucrânia e pela indigência de imagem e vocabulário. Disse Lula:
“A quem interessa essa guerra? A razão dessa guerra, por tudo o que eu compreendo, que eu leio e que eu escuto, seria resolvida aqui no Brasil em uma mesa tomando cerveja. Teria resolvido aqui, senão na primeira cerveja, na segunda; se não desse na segunda, na terceira; se não desse na terceira, até acabarem as garrafas a gente ia fazer um acordo de paz.”
Por tudo o que Lula compreende, depreende-se que a Ucrânia deveria renunciar ao seu território e à sua soberania, desde que Vladimir Putin deixasse de bombardear cidades do país e de matar civis. Se a Ucrânia resiste, é porque Volodymyr Zelensky não estaria respeitando uma reivindicação legítima da Rússia. Ou que, para que o carniceiro de Kremlin abandonasse a ideia de erradicar uma nação inteira, bastaria que o presidente ucraniano pedisse com jeitinho para que o inimigo segurasse os seus ímpetos imperialistas e genocidas. Do que Lula está falando? De nada. A sua fala foi apenas uma forma malandra de abordar o assunto de maneira a não ter de condenar o que efetivamente deveria ser condenado: a brutalidade da Rússia.
A ex-embaixatriz da Ucrânia no Brasil, Fabiana Tronenko, expressou a sua indignação com o chefão petista nas redes sociais. Ela escreveu:
“Que desrespeito do ex-presidente Lula com o povo ucraniano e com todos os esforços do presidente Zelenski! Liberdade, Democracia e vidas não se resolvem em uma mesa de bar.”
Tal é o personagem minúsculo que diz querer resgatar a imagem do Brasil no cenário internacional, depois de quatro anos de Jair Bolsonaro. Para bancar o salvador da pátria também no exterior, o personagem minúsculo conta com o suporte das conexões internacionais que o PT mantém na Europa, principalmente. O máximo que ele conseguirá, no entanto, é fazer o país subir um degrau no concerto das nações: do degrau da rejeição para o da irrelevância. O seu comentário sobre a Guerra da Ucrânia só não é revelador, embora ainda choque, porque do cervejeiro Lula já se sabe tudo há muito tempo.
Como brasileiro, peço desculpas aos ucranianos pela fala moleque de Lula.
Assista à declaração do petista:
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