A ideologia e o programa são a grana, a bufunfa…
Esquerda, direita, centro, polo democrático, frente democrática, moralidade na administração pública, auxílio disso e daquilo, investimentos em infraestrutura, reforma administrativa, reforma tributária, teto de gastos: tudo é isso trololó, senhoras e senhores. O que a classe política brasileira quer mesmo é grana, bufunfa, cascalho, arame, erva...
Esquerda, direita, centro, polo democrático, frente democrática, moralidade na administração pública, auxílio disso e daquilo, investimentos em infraestrutura, reforma administrativa, reforma tributária, teto de gastos: tudo é isso trololó, senhoras e senhores. O que a classe política brasileira quer mesmo é grana, bufunfa, cascalho, arame, erva.
A prova, como se elas não abundassem desde há muito, foi a promulgação desse fundo eleitoral de 5,7 bilhões de reais, aprovado por 317 deputados e 53 senadores e promulgado por Jair Bolsonaro, depois do teatrinho de má qualidade habitual. A bufunfa para os partidos gastarem como quiserem nas campanhas foi praticamente triplicado em relação à erva do ano passado destinada ao mesmo fim. O cascalhão para os políticos sobe para 6,8 bilhões de reais, quando somado o 1,1 bilhão de reais do fundo partidário.
Enquanto isso, 100 milhões de brasileiros passam fome ou vivem em estado de insegurança alimentar, para ficar no aspecto mais dramático da situação nacional. Mas sabe como é: os partidos e os seus caciques vão nos salvar no final da história, a democracia precisa de muito arame do pagador de impostos, já que as empresas foram proibidas de doar (e todo mundo respeita a lei, não é?), eles estão trabalhando pela manutenção do Estado de Direito e coisa e tal.
Mentira. Como disse o Estadão, em editorial, esse pouca vergonha promulgada por Jair Bolsonaro, com apoio de quase todo mundo, inclusive o “polo democrático”, reforça “a necessidade do fim do financiamento público de campanhas, criado sob o pretexto de moralizar o país após escândalos de desvios associados a doações privadas. Ao contrário do que defendem os parlamentares, o uso de recursos do Orçamento não é a única alternativa. O que os partidos não querem é ter o trabalho de buscar contribuições dos membros, conquistar o apoio de simpatizantes e ter de prestar contas sobre o uso desse dinheiro”. Acrescento que o encarecimento exponencial das campanhas tem servido apenas para mamar mais dinheiro dos pagadores de impostos — e boa parte desse erva vai para campanhas coisa nenhuma e sim para o bolso da escumalha, assim como a grana das emendas tradicionais ou de relator. De acordo com a Crusoé, aliás, a Câmara prevê destinar 16,5 bilhões de reais para o orçamento secreto em 2022. Uma beleza.
A julgar pelo andar das pesquisas eleitorais, não vai melhorar, não. Pelo contrário.
Não é a análise que é simplista. O mundo é que é simples. Esse aí dessa gente.
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