O presidente Volodymyr Zelensky (foto) afirmou neste domingo, 12, que a Ucrânia está disposta a entregar os dois soldados norte-coreanos capturados em Kursk ao ditador Kim Jong-un, caso ele consiga negociar a troca por combatentes ucranianos mantidos na Rússia. 

A proposta foi divulgada por Zelensky em sua conta na rede social X.

“Estamos prontos para entregar os soldados norte-coreanos a Kim Jong-un, se ele puder organizar sua troca pelos nossos combatentes presos na Rússia”, escreveu.

“Além dos primeiros soldados capturados da Coreia do Norte, sem dúvida haverá mais. É apenas uma questão de tempo até que nossas tropas consigam capturar outros. Não deve haver dúvidas no mundo de que o exército russo depende da assistência militar da Coreia do Norte.

Putin começou há três anos com ultimatos à OTAN e tentativas de reescrever a história, mas agora ele não consegue mais sem o apoio militar de Pyongyang.”

No sábado, o governo da Ucrânia informou que havia capturado dois soldados norte-coreanos feridos em combates na região russa de Kursk. O serviço de inteligência da Coreia do Sul confirmou o relato ucraniano neste domingo.

A confirmação da captura resultou de uma colaboração entre o Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS) e a agência de inteligência ucraniana (SBU). A Ucrânia, os Estados Unidos e a Coreia do Sul acusam a Coreia do Norte de enviar mais de 12 mil soldados para combater ao lado das forças russas no conflito com a Ucrânia.

Apesar das declarações de Kiev, nem a Rússia nem a Coreia do Norte se pronunciaram sobre o caso. 

Zelensky publicou fotos dos prisioneiros nas redes sociais. A confirmação da inteligência sul-coreana reforça a versão ucraniana.

Durante o interrogatório, um dos soldados capturados revelou que foi treinado pelas forças de Vladimir Putin após chegar à Rússia em novembro. Inicialmente, ele disse acreditar que estava indo para um treinamento, mas descobriu que havia sido enviado ao combate. O soldado também informou que as forças norte-coreanas sofreram “perdas significativas” durante os confrontos.

Ambos os prisioneiros são descritos como soldados experientes, conforme revelado por um deles à SBU. O NIS e a SBU continuam a trabalhar em conjunto para investigar a presença de combatentes norte-coreanos na Ucrânia.

Norte-coreanos na guerra

Segundo o governo ucraniano, ao menos 12 mil soldados norte-coreanos entraram na guerra em outubro, após treinamento pela Rússia, e estão atuando em Kursk, região alvo de uma contraofensiva ucraniana desde agosto. 

Autoridades militares dos Estados Unidos afirmam que centenas de soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos nos combates.

Além dos soldados, a Coreia do Norte tem fornecido grandes quantidades de projéteis de artilharia à Rússia, segundo informações da Ucrânia e seus aliados. 

Anteriormente, a Ucrânia havia informado a captura de soldados norte-coreanos, mas eles estavam gravemente feridos e morreram pouco tempo depois.

Completando três anos de guerra em fevereiro, a participação dos soldados norte-coreanos representa uma escalada do conflito, o que levou os EUA e Reino Unido a autorizar o uso de mísseis de longo alcance por parte da Ucrânia contra o território russo.

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