O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (foto), se manifestou sobre a autorização dos Estados Unidos para que as forças ucranianas possam usar mísseis de longo alcance de fabricação americana dentro do território da Rússia. 

Em discurso na noite deste domingo, 17, Zelensky afirmou que os ataques “não são realizados com palavras” e que os “mísseis falarão por si mesmos”.

O líder ucraniano disse que um dos pontos principais do plano para fortalecer a Ucrânia, apresentado aos aliados ocidentais, é a capacidade de longo alcance para o exército do país.

“Hoje, há muita conversa na imprensa sobre recebermos permissão para as respectivas ações. Mas ataques não são realizados com palavras. Essas coisas não são anunciadas. Mísseis falarão por si mesmos. Certamente falarão”, acrescentou.

Sobre o ataque em larga escala da Rússia, o presidente da Ucrânia classificou como “um dos maiores e mais perigosos ataques russos em toda a guerra”.

“E esta é a resposta para todos aqueles que queriam alcançar algo com Putin por meio de conversas, telefonemas, abraços, apaziguamento”, afirmou em uma indireta ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que fez um telefonema para Vladimir Putin na sexta-feira.

Zelensky disse ainda que o momento deve ser investido “não em falar com alguém em Moscou, mas em realmente forçar a Rússia a acabar com a guerra”.

Armas de longo alcance

Os Estados Unidos autorizaram neste domingo, 18, a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance de fabricação americana dentro do território da Rússia. 

O uso de armas estrangeiras contra os russos é uma demanda aguardada há algum tempo pela Ucrânia. Em agosto, o presidente Volodymyr Zelensky disse que só conseguiria frear o avanço das forças de Vladimir Putin se aliados autorizassem o uso de armas de longo alcance.

O armamento era vetado pelo temor de uma implicação mais direta da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na guerra. 

Os EUA já entregaram mísseis do sistema Army Tactical Missile System à Ucrânia. O ATACMS é capaz de atingir alvos a até 300 quilômetros de distância, proporcionando ao exército ucraniano a possibilidade de realizar ataques precisos bem além de suas linhas de frente.

A entrega fez parte de um pacote de ajuda militar no valor de US$ 300 milhões aprovado pelo presidente Joe Biden em março deste ano. Os mísseis foram empregados pela primeira vez no dia 17 de abril, contra instalações em território contestado da Crimeia, e novamente em um ataque noturno contra forças russas no sudeste ucraniano.