Zelensky fala em apoio da Otan contra terror aéreo da Rússia
Otan apelará aos seus 32 membros para que implementem planos de defesa civil para o caso de um ataque capaz de acionar o seu Artigo 5
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto), defendeu o apoio do Otan, no início de sua participação na cúpula anual da aliança militar do Ocidente, em Washington, nesta terça-feira, 9 de julho.
A declaração ocorreu um dia após um ataque aéreo russo matar ao menos 37 pessoas, dentre elas três menores, em um hospital infantil em Kiev. Mais de 100 ficaram feridos.
“Podemos e devemos privar a Rússia da capacidade de aterrorizar a Ucrânia. Quanto mais cedo pôr fim ao terror russo, mais cedo será reforçada a segurança de todas as nações amantes da paz”, disse Zelensky no X, antigo Twitter.
O presidente ucraniano também agradeceu o comprometimento da Otan firmado nesta terça com o envio de sistemas táticos de defesa aérea.
“Estou grato aos nossos parceiros – Estados Unidos, Alemanha, Países Baixos, Itália e Roménia – por adotarem uma declaração forte em apoio ao sistema de defesa aérea da Ucrânia para proteger a sua população, cidades e infra-estruturas críticas. Additional Patriots, SAMP/T e IRIS-T SLM, bem como outros sistemas táticos de defesa aérea fornecidos à Ucrânia por parceiros, nos ajudarão a destruir drones e mísseis russos e a proteger melhor os ucranianos do terror aéreo russo, como o ataque brutal de ontem. em nosso principal hospital infantil“, afirmou.
“O terror aéreo da Rússia contra os ucranianos, incluindo o ataque brutal de ontem ao hospital infantil, deve ser enfrentado com unidade e força, com decisões resolutas e ousadas. E é precisamente isso que tais decisões garantem”, acrescentou.
Otan está se preparando para uma guerra?
A cúpula anual da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) começou nesta terça-feira, 9 de julho, em Washington, e vai até a quinta-feira, dia 11.
A Otan, que celebra o seu 75º aniversário, vai trocar o secretário-geral Jens Stoltenberg, no cargo há 10 anos, por Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda.
Os líderes dos países membros chegam a Washington nesta semana com a intenção de aprofundar o apoio à Ucrânia, mas se deparam também com outro tipo de desafio: como lidar com o possível retorno do ex-presidente norte-americano Donald Trump?
Embora grande parte da atenção se concentre em Biden, em meio a crescentes apelos dentro de seu próprio partido para que se afaste da candidatura à reeleição, os delegados terão uma agenda focada na ajuda militar e financeira para a Ucrânia e na oferta de algum caminho para eventual adesão de Kiev à Otan.
Ataque nível artigo 5?
Segundo matéria da revista Foreign Policy, a Otan apelará, na sua cúpula anual, em Washington, a todos os 32 membros para que implementem planos de defesa civil no caso de um ataque ao nível do Artigo 5.
O Artigo 5 é o princípio de que um ataque a um membro da Otan representa um ataque a todas as nações da organização. Esta tem sido a pedra angular da aliança desde que foi fundada em 1949 como um contrapeso para a União Soviética. O objetivo deste princípio é desencorajar potenciais adversários de atacar os membros da Otan.
A medida faz parte de um esforço contínuo dentro da Otan para se preparar para um possível futuro ataque russo à aliança que os membros acreditam que provavelmente incluirá ataques com mísseis de longo alcance, desinformação, perturbação de portos e ataques à rede energética – semelhante ao que os ucranianos enfrentaram durante a invasão em grande escala do país.
Sem revelar detalhes, Biden prometeu na segunda-feira que anunciaria, em conjunto com os aliados da Otan, “novas medidas para fortalecer a defesa antiaérea da Ucrânia” e ajudar a proteger suas cidades e os civis dos ataques russos.
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