Zelensky critica Orbán e rejeita cessar-fogo sem garantias
Segundo Zelensky, é “absurdo” rejeitar a adesão da Ucrânia à Otan e, ao mesmo tempo, apelar a um cessar-fogo, como está fazendo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban
Um cessar-fogo na guerra com a Rússia está fora de questão para o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se não houver garantias de segurança para a Ucrânia:
“Um cessar-fogo chegará quando o Estado que está em guerra, especialmente a vítima, souber que terá garantias de segurança”, afirmou o chefe de Estado numa conferência de imprensa em Budapeste, onde participava na cimeira da Comunidade Política Europeia (EPG), que ocorreu na quinta-feira, 7 de novembro.
Segundo Zelensky, é “absurdo” rejeitar a adesão da Ucrânia à Otan e, ao mesmo tempo, apelar a um cessar-fogo, como está fazendo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. “Portanto, um líder que pede um cessar-fogo, mas se opõe às garantias de segurança, é simplesmente um retórico”, disse o presidente ucraniano.
Ele descreveu os apelos de alguns líderes estaduais por um cessar-fogo como “retórica muito perigosa” e completou:
“Primeiro um cessar-fogo e depois veremos. Quem é você para exigir tal coisa? Seus filhos estão morrendo, suas casas estão sendo destruídas? Do que estamos falando aqui?”, perguntou o presidente ucraniano.
“Os acordos de cessar-fogo no Donbass ucraniano oriental acordados depois de 2014 foram apenas uma preparação para a invasão russa total. Isto levará à continuação da ocupação da Ucrânia e à destruição da soberania ucraniana”. Segundo Zelensky, apenas “especialistas de sofás” que só conhecem as guerras por meio de livros ou filmes podem exigir isso.
Sem um plano claro para o que acontecerá depois, parar os combates seria irresponsável, concluiu.
Armas químicas
Os militares russos continuam utilizando munições especiais contendo produtos químicos perigosos contra as forças de defesa ucranianas. Só em outubro de 2024, foram registados 323 incidentes deste tipo na frente de batalha.
A contagem foi realizada pelas unidades de reconhecimento das Forças de Apoio às Forças Armadas, especializadas em armas nucleares, biológicas e químicas.
Os russos utilizam uma proporção significativa de munições que contém compostos químicos perigosos de natureza não especificada.
Soldados norte-coreanos
O Kremlin recusou-se na sexta-feira a comentar se os soldados norte-coreanos já estão lutando ao lado do exército russo contra a Ucrânia. “Esta questão diz respeito diretamente ao curso da operação militar especial e, portanto, deve ser dirigida ao Ministério da Defesa”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, usando o termo russo para a ofensiva russa na Ucrânia.
Peskov deu a declaração após uma pergunta da agência de notícias AFP sobre uma declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. No dia anterior, ele disse que alguns soldados norte-coreanos já haviam estado envolvidos em combates na região russa de Kursk. As tropas ucranianas lançaram uma ofensiva ali em agosto.
O Ministério da Defesa russo geralmente não responde às perguntas da imprensa sobre a ofensiva na Ucrânia.
Leia mais: Zelensky fala de uma “excelente” conversa telefônica com Trump
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Comentários (2)
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
08.11.2024 12:49Tem uma coisa muito chata e errada, tão errada quanto do uso do "literalmente" pela nova geração do tiktok, que é chamar qualquer ocorrência de "incidente". Desde quando um ataque deliberado com armas químicas é um "incidente"? Precisam fazer uma campanha para acabar com essa burrice do incidentismo na imprensa!
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
08.11.2024 10:48Que a Ucrânia ingresse o quanto antes na OTAN e vença a guerra com o apoio de países membros dessa organização, mantendo sua plena autonomia, soberania e integridade territorial! Viva a Ucrânia, o Ocidente, a democracia, a liberdade e a paz! 🇺🇦