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Vício em apostas: como funciona a cabeça de quem é viciado em jogos

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 24.11.2024 21:30 comentários
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Vício em apostas: como funciona a cabeça de quem é viciado em jogos

O vício em apostas é caracterizado por um padrão de apostas repetidas que causam problemas significativos na vida do indivíduo. Saiba mais sobre os sintomas, causas e tratamento.

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Vício em apostas: como funciona a cabeça de quem é viciado em jogos
Créditos: depositphotos.com / Mojahid_Mottakin

O vício em jogos de azar, também conhecido como transtorno do jogo, é uma condição complexa e séria que afeta pessoas de forma semelhante ao vício em álcool e drogas. Quem sofre desse transtorno sente uma compulsão incontrolável para apostar, perdendo o controle sobre os gastos e ignorando as consequências financeiras negativas.

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, o transtorno do jogo é caracterizado por um padrão de comportamento de apostas repetitivo e persistente, mesmo quando causa problemas significativos na vida da pessoa. As implicações vão além do indivíduo, afetando também sua família e a sociedade como um todo.

O funcionamento do cérebro de quem é viciado em jogos de azar

O transtorno do jogo está associado a mecanismos cerebrais semelhantes aos presentes em outros tipos de vícios, com o sistema límbico desempenhando um papel fundamental. Este sistema, composto por várias estruturas cerebrais interconectadas, forma o circuito de recompensa do cérebro, que está associado às sensações de prazer e satisfação.

Quando atividades como jogar proporcionam prazer, elas desencadeiam a liberação do neurotransmissor dopamina. Em circunstâncias normais, essa liberação está ligada a atividades essenciais para a sobrevivência, como comer ou interagir socialmente. No entanto, no caso do vício em jogos de azar, a quantidade de dopamina liberada pode ser excepcionalmente alta, distorcendo a percepção de prazer e gerando uma compulsão para repetir o comportamento.

Quais partes do cérebro são afetadas pelo transtorno do jogo?

Além do sistema límbico, pesquisas indicam que o transtorno do jogo afeta outras áreas cerebrais, como o córtex pré-frontal, vital para a tomada de decisões e resolução de problemas. Alterações na conectividade do córtex medial orbitofrontal, estriado e córtex cingulado anterior também são observadas em pessoas com esse transtorno.

Essas mudanças podem prejudicar a capacidade de tomar decisões racionais, intensificando o comportamento compulsivo e, por consequência, levando a problemas financeiros e pessoais.

Por que algumas pessoas desenvolvem o transtorno do jogo?

Estima-se que entre 0,4% a 0,6% da população mundial sofre de transtorno do jogo, variando conforme a localização. Fatores genéticos e ambientais são decisivos na predisposição ao vício. Aspectos como idade, predisposição genética e outras condições psiquiátricas podem aumentar o risco.

A exposição precoce aos jogos, antes do desenvolvimento completo das funções inibitórias do cérebro, é outro fator de risco. A combinação certa de fatores genéticos e ambientais pode predispor algumas pessoas ao transtorno.

Critérios para diagnosticar o transtorno do jogo

Para diagnosticar o transtorno do jogo, a Associação Americana de Psiquiatria estabeleceu critérios dos quais pelo menos quatro devem estar presentes. Entre eles estão pensamentos persistentes sobre apostas, a necessidade de apostar quantias cada vez maiores para obter a mesma excitação, e tentativas frustradas de controlar o comportamento de jogo.

O apoio social e familiar é crucial no diagnóstico, pois o indivíduo muitas vezes tenta esconder a extensão de seu envolvimento com o jogo, adiando assim a busca por tratamento profissional.

Tratamentos disponíveis para o transtorno do jogo

O tratamento do transtorno do jogo é multifacetado e depende das características de cada paciente. Terapias, como a terapia cognitivo-comportamental, são efetivas na identificação e modificação de pensamentos e comportamentos ligados ao vício. Entrevistas motivacionais ajudam a determinar o nível de conscientização do paciente sobre sua condição, enquanto medicamentos específicos podem auxiliar no controle dos impulsos associados ao jogo.

Grupos de apoio, como Jogadores Anônimos, são fundamentais, fornecendo suporte emocional e prático tanto para os afetados pela condição quanto para seus familiares.

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