Venezuela aceita retomar voos de deportação dos EUA
Acordo foi confirmado após tensões entre os governos de Trump e Maduro

O regime venezuelano anunciou neste sábado, 22, que retomará os voos de repatriação de cidadãos deportados pelos Estados Unidos. O acordo foi confirmado após tensões entre os governos dos dois países.
A decisão foi anunciada por Jorge Rodríguez, o principal negociador do regime chavista e presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, que afirmou que os voos serão reiniciados neste domingo, 23 de março.
O impasse entre Washington e Caracas começou após divergências em relação ao ritmo das deportações.
O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou o regime de Nicolás Maduro e suspendeu as atividades da Chevron, a petroleira americana, na Venezuela.
A situação se agravou quando 238 venezuelanos foram deportados para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), em El Salvador, uma prisão de segurança máxima. Maduro classificou a ação como um “sequestro” e acusou os Estados Unidos de violar acordos anteriores.
Os dois países romperam relações diplomáticas em 2019, após a imposição de sanções e o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Em fevereiro, uma primeira leva de deportados chegou à Venezuela, mas o acordo foi suspenso com as deportações de prisioneiros para El Salvador, sem consulta a Caracas.
Lei Inimigos Estrangeiros
Segundo o governo Trump, os venezuelanos enviados para El Salvador faziam parte do grupo criminoso Trem de Aragua. Para enviá-los ao país da América Central, os Estados Unidos recorreram à Lei Inimigos Estrangeiros, de 1798.
Essa norma, usada por Trump, concede aos presidentes a autoridade para ordenar a detenção e deportação de cidadãos de países com os quais os Estados Unidos estão em guerra, segundo a BBC News.
A lei foi aprovada pelo Congresso americano com apoio do então presidente John Adams, no contexto de um iminente conflito com a França.
Na época, o governo pretendia se proteger contra a sabotagem estrangeira e espionagem.
Até hoje, os Estados Unidos usaram a lei por três ocasiões: guerra contra o Reino Unido, em 1812, e na Primeira e Segunda Guerras Mundiais.
No contexto da Segunda Guerra, os americanos acionaram o dispositivo para a prisão de alemães, italianos e japoneses que viviam nos Estados Unidos.
Estima-se que 30 mil pessoas tenham sido detidas.
Leia mais: “Trump invoca lei do século 18 para deportar venezuelanos”
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