“Vamos açoitar as mulheres, apedrejá-las até a morte", diz Talibã “Vamos açoitar as mulheres, apedrejá-las até a morte", diz Talibã
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“Vamos açoitar as mulheres, apedrejá-las até a morte”, diz Talibã

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 01.04.2024 08:53 comentários
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“Vamos açoitar as mulheres, apedrejá-las até a morte”, diz Talibã

“Vocês podem chamar isso de violação dos direitos das mulheres porque eles entram em conflito com seus princípios democráticos. Mas eu represento Alá e você representa Satanás”, declarou o líder supremo do Talibã.

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“Vamos açoitar as mulheres, apedrejá-las até a morte”, diz Talibã
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O líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, anunciou nesse fim de semana que o grupo começará a aplicar a sua interpretação da lei sharia no Afeganistão, incluindo a reintrodução da flagelação pública e do apedrejamento de mulheres por adultério.

Safia Arefi, advogada e chefe da organização afegã de direitos humanos Women’s Window of Hope acusa a comunidade internacional de silêncio:

Agora, ninguém está ao lado delas para salvá-las das punições do Talibã. A comunidade internacional optou por permanecer em silêncio face a estas violações dos direitos das mulheres.

Alá X Satanás


Numa transmissão na rádio e televisão afegã, controlada pelos Taliban, no sábado, 30 de março, Akhundzada disse: “Vamos açoitar as mulheres… vamos apedrejá-las até a morte em público”.

Vocês podem chamar isso de violação dos direitos das mulheres quando as apedrejamos ou açoitamos publicamente por cometerem adultério porque eles entram em conflito com seus princípios democráticos. Mas eu represento Alá e você representa Satanás”, declarou o líder supremo do Talibã.

A medida é justificada como parte da luta do Talibã contra as influências ocidentais. “O trabalho do Talibã não terminou com a tomada de Cabul, apenas começou”, disse ele.

Horror, sem surpresa



A notícia foi recebida com horror, mas não com surpresa, pelos grupos de direitos das mulheres afegãs, que afirmam que o desmantelamento de quaisquer direitos e proteção remanescentes para os 14 milhões de mulheres e meninas do país está agora quase completo.

Sahar Fetrat, pesquisador afegão da Human Rights Watch, também critica a complacência em relação ao Talibã e aponta essa passividade como causa do atual recrudescimento: “Eles testaram as suas políticas draconianas, uma por uma, e chegaram a este ponto porque não há ninguém que os responsabilize pelos abusos”.

417 flagelações e execuções públicas

Desde que assumiu o poder, em Agosto de 2021, os talibãs dissolveram a constituição do Afeganistão apoiada pelo Ocidente e suspenderam os códigos penais existentes, substituindo-os pela sua interpretação rígida e fundamentalista da lei sharia.


Só no ano passado, juízes nomeados pelos talibãs ordenaram 417 flagelações e execuções públicas, de acordo com a Afghan Witness, um grupo de investigação que monitoriza os direitos humanos no Afeganistão. Destes, 57 eram mulheres.

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