Josh Green, governador do Havaí e médico, publicou nesta terça, 7, no The New York Times, artigo intitulado “Sou o governador do Havaí. Eu vi o que o ceticismo vacinal pode causar”.

O governador havaiano narra os impactos devastadores da desinformação antivacina e a importância de manter desinformantes afastados de cargos de liderança em saúde pública. O autor, que participou de uma missão emergencial durante a epidemia de sarampo em Samoa em 2019, reflete sobre como o caso exemplifica os perigos do ceticismo vacinal.

“Manter as taxas de vacinação acima de 95% protege uma população inteira contra doenças infecciosas como o sarampo”, escreve Green, que detalha como a epidemia em Samoa resultou de uma queda brusca na imunização infantil, incentivada por desinformação propagada por ativistas antivacina como Robert F. Kennedy Jr. A crise ceifou 83 vidas, principalmente de crianças, e sobrecarregou o sistema de saúde local.

“São imperativos morais”

Green destaca a importância de combater informações falsas: “As vacinas não são apenas intervenções médicas; são imperativos morais”. Ele adverte que, caso Kennedy seja confirmado como secretário de saúde dos Estados Unidos, há um risco de novos retrocessos nas taxas de vacinação.

A resposta à crise de 2019 em Samoa foi rápida e abrangente. Green liderou uma equipe havaiana que, em apenas dois dias, ajudou a vacinar milhares de pessoas, elevando a taxa de imunização do país a níveis seguros. “Vimos as consequências mortais da campanha antivacina… e, com a mesma clareza, como uma vacinação ampla pode salvar vidas”, relata.

O autor sublinha que figuras como Kennedy, que alegou em 2023 que “não existe vacina segura e eficaz”, perpetuam desinformações perigosas. Ele argumenta que tais posturas podem comprometer cinco décadas de avanços obtidos com programas de imunização, “um dos maiores feitos da saúde pública na história humana”.

Quem é Josh Green

Josh Green é governador do Havaí desde 2022 e médico de família com extensa atuação em áreas rurais e de baixa renda. Como vice-governador, liderou iniciativas durante a pandemia de Covid-19, alcançando altas taxas de vacinação no estado. Green também coordenou missões humanitárias no Pacífico e tem se posicionado como defensor de políticas públicas baseadas em ciência e ética.